Exposição "Desmedidas"
De 14 de dezembro a 10 de fevereiro
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Visitas guiadas de segunda a sexta às 12h30; quartas e quintas às 18h15
Na sexta-feira, 10/2, das 17h às 18h30, o curador Felipe Scovino e os artistas convidam o público para um bate-papo e para o lançamento do catálogo da mostra.
Concebida especialmente para a Galeria BNDES, em um prédio que é considerado um dos marcos da arquitetura carioca da segunda metade do século 20, a exposição Desmedidas tem curadoria de Felipe Scovino e traz obras inéditas de Amalia Giacomini, Eduardo Coimbra e Artur Lescher. A partir da relação do curador e dos artistas com o espaço, uma paisagem é inventada, um lugar é revelado, uma nova realidade surge.
A relação entre a urbanidade do prédio do Banco – estrutura vertical que conquista e ocupa seu espaço no Centro da cidade – e a falta de conexão da galeria com a paisagem e seu entorno – mesmo sendo parte integrante dele – foram o ponto de partida para a concepção da exposição.
“A partir dessas duas questões centrais, arquitetura e paisagem, que se articulam decisivamente com a arte contemporânea, os três artistas criaram para a Galeria BNDES a ideia de uma paisagem inventada – ou a aparição de um lugar”, explica Scovino. “De alguma forma, como arquitetos sem precisão, eles trazem uma paisagem desmedida para dentro do cubo branco, o espaço sagrado da galeria”.
Dentro desta proposta, o visitante pode apreciar as obras a partir do mezanino: de cima, a perspectiva é outra. Assim como o prédio, a exposição é verticalizada, é apreciada sob outro ponto de vista. Sai do chão, vai para o céu. É como se, com suas obras, os artistas quisessem mensurar o infinito.
A produção é da Automatica Produção Contemporânea.
Sobre os artistas e as obras:
Na obra de Amalia Giacomini (“Paisagem elástica”, 2016), um elemento central é a linha e, mais especialmente, a grade. Sua obra tem uma propulsão ao infinito, de expandir os espaços de forma a não conseguirmos mais nos localizarmos.
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela USP e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ, Amalia já realizou mostras individuais e participou de coletivas em importantes instituições do Brasil e do exterior, entre elas Itaú Cultural, Museu de Arte Contemporânea (MAC/Niteroi), Instituto Tomie Othake, Museu da República, Galeria Nacional de Praga e Cité des Arts em Paris, entre outros.
De uma maneira onírica, Eduardo Coimbra (“Superficiel”, 2016) fez com que céu e terra se encontrassem. Portanto, o que era da ordem do ar e da visão pode – poeticamente – ser finalmente experienciado também através do toque.
Graduado em Engenharia Elétrica, com pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil (PUC Rio), Eduardo já realizou mostras individuais e participou de coletivas em instituições do Brasil e exterior, entre elas III Bienal do Mercosul em Porto Alegre e Panorama da Arte Brasileira em São Paulo (2001), 29a Bienal de São Paulo (2010) e Natureza da Paisagem no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2007), entre outros.
Artur Lescher adiciona ficção e imprecisão ao cotidiano. Suas obras abordam uma situação de medição, construção de lugares e (des)orientação. Em sua obra, uma espécie de monolito, ou um objeto inesperado, desproporcional, mal se vê o que ele contém - a não ser quando adotamos determinadas perspectivas, cujas escolhas estão diretamente conectadas a como nos relacionamos com o espaço da galeria.
Os trabalhos de Artur integram as coleções do The Museum of Fine Arts, Houston, e Philadelphia Museum of Art (ambos nos EUA), MALBA – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Argentina), Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outras. O artista participou das Bienais de São Paulo, em 1987 e 2002, e da Bienal do Mercosul, em 2005
Sobre o curador:
Felipe Scovino é professor da Escola de Belas Artes da UFRJ. Foi curador de diversas exposições no Brasil e no exterior.