Resultados financeiros em destaque 2018 - 3º Trimestre
BNDES atinge lucro líquido de R$ 6,36 bilhões no período de nove meses encerrado em 30/09/2018
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 6,36 bilhões no período de nove meses encerrado em 30/09/2018, um crescimento de 98,7% diante dos R$ 3,20 bilhões do mesmo período do ano anterior. A evolução do desempenho é explicada pelo melhor resultado com participações societárias (+ R$ 2,87 bilhões, equivalente a um aumento de 99,4% em relação ao período anterior) e pela redução de R$ 3,95 bilhões da despesa com provisão para risco de crédito (70,2% menor do que a constituída no período anterior).
Participações Societárias – O desempenho positivo com participações societárias de todo o Sistema BNDES (incluindo BNDESPAR) entre janeiro e setembro deste ano refletiu o crescimento de R$ 1,98 bilhão (119,5%) do resultado com alienações de investimentos, com destaque para a alienação de ações de Petrobras, Eletropaulo e Vale. Em 30 de setembro de 2018, a participação do Sistema BNDES em Petrobras passou a 15,24%, ante 16,54% em dezembro de 2017.
Também contribuiu com o resultado a reversão de perdas por impairment de R$ 467 milhões realizada no primeiro semestre e o aumento do resultado com dividendos e juros sobre capital próprio de R$ 594 milhões (uma variação de 94,59%) no período de nove meses encerrado em 30/09/2018, diante do mesmo período do ano anterior.
A carteira de participações societárias (participações em coligadas e não coligadas e em fundos de investimento de renda variável) atingiu R$ 99,70 bilhões em setembro, um crescimento de R$ 14,20 bilhões (16,60%) no trimestre, decorrente da valorização, da ordem de R$ 13,59 bilhões, da carteira de participações em sociedades não coligadas, especialmente dos investimentos na Petrobras, Vale e Eletrobras.
Provisão - A redução de necessidade de constituição de provisão para risco de crédito, ao contrário do que fora observado nos primeiros nove meses de 2017, culminou na menor constituição dessa despesa, que passou de R$ 5,64 bilhões para R$ 1,68 bilhão entre janeiro e setembro de 2018.
Intermediação - O resultado bruto de intermediação financeira apresentou redução de R$ 2,26 bilhões (queda de 18,25%) nos primeiros nove meses de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior, devido ao declínio do volume e da rentabilidade da carteira de crédito e da queda da rentabilidade da carteira de títulos e valores mobiliários acompanhando a redução das taxas médias de mercado.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 791,48 bilhões em setembro de 2018, apresentando redução de R$ 42,98 bilhões (5,2%) no trimestre, provocada principalmente pelo pagamento antecipado de R$ 70 bilhões em dívidas com o Tesouro Nacional.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, representava 63,9% dos ativos totais em setembro, e registrou declínio de R$ 12,87 bilhões (2,5%) no trimestre, em razão, basicamente, do volume de liquidações, que superou o volume de desembolsos em R$ 22,98 bilhões, atenuado por efeito cambial e de apropriação de juros e atualização monetária no período.
A boa qualidade da carteira se manteve, com a concentração de 94,6 % das operações entre os níveis de risco AA e C, considerados de baixo risco, percentual superior à média de 90,4% do Sistema Financeiro Nacional (SFN), divulgada em junho pelo BACEN.
Inadimplência - A inadimplência acima de 90 dias também apresentou aumento no trimestre, passando de 1,45% em junho para 2,94% em setembro, porém ainda inferior à média do SFN (3,06% em junho e 3,61% em setembro).
Desconsideradas as operações cujas prestações são integralmente honradas pela União, o índice de inadimplência do BNDES seria de 1,67% (90 dias).
O índice de renegociação, que compreende as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, reduziu de 4,80% em junho para 4,75% em setembro.
Funding – Em 30 de setembro de 2018, Tesouro Nacional e FAT/PIS-PASEP representavam 38,2% e 35,8%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. Por conta do pagamento antecipado de R$ 70 bilhões feito ao Tesouro durante o trimestre, a dívida com o TN recuou 17,7% e encerrou o período em R$ 302,52 bilhões.
O saldo do FAT totalizou R$ 264,50 bilhões em setembro, um acréscimo de 1,06% no trimestre. No ano, ingressaram R$ 12,9 bilhões de recursos do FAT Constitucional.
Já o passivo com o Fundo PIS-PASEP totalizou R$ 19,23 bilhões ao final de setembro, com redução de 30,6% na comparação com dezembro de 2017, devido às liquidações antecipadas de R$ 9,37 bilhões no período.
Patrimônio Líquido – O Patrimônio Líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 80,60 bilhões ao final de setembro de 2018, um crescimento de R$ 9,11 bilhões (12,8%) em relação a junho, explicado pelo lucro líquido de R$ 1,60 bilhão e pelo efeito da valorização da carteira de ações de R$ 7,51 bilhões, líquida de tributos.
Limites Prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência alcançou R$ 167,29 bilhões em setembro. Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos limites mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora no índice de Basileia diante de dezembro de 2017.
O índice de Basileia passou de 27,51 % ao final de 2017 para 29,1% em setembro de 2018, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, principalmente pelo aumento do patrimônio de referência (R$ 146,37 bilhões em dezembro de 2017 para R$ 167,29 bilhões em setembro de 2018).
Os índices de Capital Nível I e Capital Principal também apresentaram crescimento no período, passando de 18,34% em dezembro de 2017 para 19,93% em setembro de 2018, acima dos 7,875% e 6,375% exigidos pelo BACEN, respectivamente.