Resultados financeiros em destaque 2019 - 3º Trimestre
BNDES registra lucro líquido de R$ 16,51 bi entre janeiro e setembro de 2019
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 16,51 bilhões entre janeiro e setembro de 2019, crescimento de 159,5% ante o montante registrado no mesmo período de 2018 (R$ 6,363 bilhões). O desempenho é atribuído principalmente ao aumento do resultado com participações societárias em R$ 8,976 bilhões (155,8%), seguido do incremento de R$ 1,274 bilhão (12,6%) no produto da intermediação financeira.
A performance das participações societárias foi afetada especialmente pelas vendas de papeis, que contribuíram com R$ 10,656 bilhões no período – destaque para incorporação da Fibria pela Suzano e venda de ações da Petrobras e da Vale, ocorridas no primeiro semestre. Juntas, essas operações responderam por 89,1% do resultado com alienações. O resultado também foi afetado pelo ganho com equivalência patrimonial de R$ 1,607 bilhão nos primeiros nove meses de 2019, ante R$ 184 milhões no mesmo período de 2018.
A reversão líquida da provisão para risco de crédito de R$ 318 milhões, observada no acumulado até setembro de 2019, foi ocasionada basicamente pelo recebimento de R$ 1,1 bilhão do Fundo Garantidor de Exportação – FGE, relativo a créditos 100% provisionados em períodos anteriores. Nos primeiros nove meses de 2018 houve constituição líquida de R$ 1,681 bilhão.
O produto de intermediação financeira atingiu R$ 11,416 bilhões, aumento de R$ 1,274 bilhão (12,6%) em comparação aos nove primeiros meses do ano anterior, principalmente, por conta de ganhos com alienação de títulos públicos.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 750,299 bilhões em setembro de 2019, apresentando redução de R$ 52,228 bilhões (6,5%) nos primeiros nove meses do exercício. A diminuição resultou principalmente do pagamento antecipado de R$ 70 bilhões em dívidas com o Tesouro Nacional.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, representava 61,7% dos ativos totais em 30 de setembro. Em nove meses, ela registrou declínio de R$ 34,400 bilhões (6,9%) em razão do volume de liquidações que superou os desembolsos em R$ 63,814 bilhões.
A inadimplência (+ 90 dias) apresentou queda no período, passando de 2,95% em 31 de dezembro de 2018 para 1,49% em 30 de setembro de 2019, abaixo da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,05% em 30 de setembro de 2019). Desconsideradas as operações cujas prestações são integralmente honradas pela União, este índice de inadimplência é de 0,08%. A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida uma vez que 95,8% de suas operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de setembro de 2019. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 90,9% em 30 de junho de 2019 (última informação disponível).
A carteira de participações societárias alcançou R$ 106,047 bilhões em 30 de setembro de 2019. A posição representa um crescimento de R$ 9,478 bilhões (9,8%) no período, a despeito das alienações relevantes no primeiro semestre – como Petrobras, Vale e Fibria. O incremento se deveu principalmente à valorização dos papeis de sociedades não coligadas, com destaque para Petrobras e Eletrobras.
Fontes de recursos – Em 30 de setembro de 2019 FAT/PIS-PASEP e Tesouro Nacional representavam 40,3% e 30,7%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.
Com a liquidação antecipada de R$ 70 bilhões da dívida em 2019, o valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional chegou a R$ 230,630 bilhões em 30 de setembro (redução de 24,9% em relação à posição em 31 de dezembro de 2018). Está aprovado o pagamento antecipado de parcela adicional de R$ 30 bilhões, a ser efetivada no último trimestre deste ano.
O FAT voltou a ocupar a posição de principal credor do BNDES. Nos primeiros nove meses do exercício, ingressaram R$ 13,623 bilhões de recursos do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 284,260 bilhões (em 30 de setembro). O passivo com o Fundo PIS-PASEP chegou a R$ 18,328 bilhões no fim de setembro, apresentando redução de 10,5% no ano em razão da devolução à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil de recursos destinados a saques dos cotistas do PIS e do PASEP. O passivo com captações externas totalizou R$ 30,156 bilhões em 30 de setembro. O volume representa uma redução de 22,1% no ano, decorrente de amortizações no montante de R$ 10,309 bilhões.
Pagamento de dividendos ao Tesouro – Nos primeiros nove meses de 2019 o BNDES pagou ao Tesouro R$ 1,628 bilhão a título de dividendo obrigatório relativo ao lucro de 2018. O Banco também efetuou pagamento de R$ 1,820 bilhão como antecipação de dividendos relativa ao resultado de 2019 por meio de juros sobre o capital próprio. O valor teve como base o lucro apurado no primeiro semestre do ano. Parcela adicional de dividendos de R$ 6,051 bilhões está aprovada para pagamento no último trimestre do ano.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido apresentou crescimento de R$ 21,364 bilhões (26,9%) no período, chegando a R$ 100,920 bilhões. O aumento decorreu principalmente do lucro líquido (R$ 16,510 bilhões) e do ajuste positivo de avaliação patrimonial, líquido de tributos, de R$ 6,674 bilhões, efeitos atenuados pela antecipação de pagamento, em setembro/2019, dos juros sobre o capital próprio de R$ 1,820 bilhão.
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central (Bacen), o Patrimônio de Referência alcançou R$ 187,723 bilhões em 30 de setembro de 2019 (ante R$ 166,805 bilhões em 31 de dezembro de 2018). Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos limites mínimos exigidos pelo Bacen.
O Índice de Basileia subiu de 29,0% ao final de dezembro/2018 para 36,1% em setembro/2019, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, resultado tanto do aumento do patrimônio de referência como da redução dos ativos ponderados pelo risco.
As demonstrações financeiras do BNDES e suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES.