Resultados financeiros em destaque 2020 - 1º Trimestre
- Ganho bruto com participações societárias atingiu R$ 8,5 bilhões e influenciou positivamente o resultado;
- Inadimplência (90 dias) passa de 0,84% para 0,37%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (3,17%);
- Despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,7 bilhão, refletindo o cenário econômico atual decorrente da pandemia do COVID-19.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 5,544 bilhões no primeiro trimestre de 2020. O desempenho é atribuído principalmente ao resultado com participações societárias de R$ 8,473 bilhões, atenuado por constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,701 bilhão.
A performance das participações societárias no primeiro trimestre de 2020 foi resultado sobretudo das vendas de papéis, que contribuíram com R$ 8,099 bilhões no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro. O resultado do primeiro trimestre de 2019, de R$ 11,078 bilhões, foi impactado de forma não recorrente pela operação de incorporação de Fibria pela Suzano, além de venda de ações da Petrobras, Vale e Rede.
A despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,701 bilhão, observada no primeiro trimestre de 2020, foi influenciada pela revisão de ratings de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do COVID-19, sobretudo setor aéreo, navegação, mobilidade urbana, estados e municípios. Não obstante, o BNDES recuperou créditos baixados em exercícios anteriores no montante de R$ 630 milhões, cerca de 53% oriundos de honras pelo FGE. Esse movimento de recuperação também foi observado no primeiro trimestre de 2019, quando o BNDES registrou uma reversão líquida de R$ 1,084 bilhão.
O produto de intermediação financeira atingiu R$ 4,090 bilhões, aumento de 10,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2019. A despeito da manutenção do cenário de menor demanda e queda da receita de operações de crédito, houve resultado positivo com disponibilidades no exterior.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 718,265 bilhões em 31 de março de 2020, apresentando redução de R$ 9,901 bilhões (1,4%) no trimestre. A diminuição resultou, principalmente, da desvalorização da carteira de não coligadas em R$ 28,8 bilhões, parcialmente compensada por apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses de R$ 21,1 bilhões.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 442,122 bilhões, representando 61,6% dos ativos totais em 31 de março de 2020 e se mantendo no mesmo patamar de 31 de dezembro de 2019. A apropriação de variação cambial e juros compensou a queda gerada pelo retorno líquido da carteira e pelo complemento de provisão para risco de crédito de registrado no trimestre.
A inadimplência (+ 90 dias), desconsideradas as operações com honra da União, apresentou queda no período, passando de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,37% em 31 de março de 2020, abaixo da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,17% em 31 de março de 2020). A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, uma vez que 93,8% de suas operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 31 de março de 2020. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,2% em 31 de dezembro de 2019 (última informação disponível).
A carteira de participações societárias em coligadas e não coligadas totalizou R$ 59,153 bilhões em 31 de março de 2020. A posição representa um decréscimo de 47,2% no trimestre, em função da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 28,8 bi), destacando Petrobras, Eletrobras e Vale, e da venda de ações (R$ 23,8 bi), notadamente Petrobras.
Fontes de recursos – Em 31 de março de 2020 FAT/PIS-PASEP e Tesouro Nacional representavam 44,4% e 27,7%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional se manteve estável, atingindo R$ 199,284 bilhões em 31 de março de 2020 (redução de 0,2% em relação à posição em 31 de dezembro de 2019). Não houve liquidações antecipadas no trimestre, apenas pagamentos ordinários no montante de R$ 3,8 bilhões.
O FAT se manteve como principal credor do BNDES. No trimestre, ingressaram R$ 4,460 bilhões de recursos do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 298,339 bilhões em 31 de março de 2020.
O passivo com o Fundo PIS-PASEP chegou a R$ 20,244 bilhões em 31 de março de 2020, montante que, com a extinção do Fundo, será repassado ao FGTS até o fim de maio de 2020.
O passivo com captações externas totalizou R$ 36,263 bilhões em 31 de março de 2020, um acréscimo de 26,1% no trimestre, em função, principalmente, de efeito cambial.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido apresentou redução de R$ 19,410 bilhões (18,5%) no trimestre, chegando a R$ 85,401 bilhões. O decréscimo decorreu principalmente do ajuste negativo de avaliação patrimonial, líquido de tributos, de R$ 24,954 bilhões, atenuado pelo lucro líquido de R$ 5,544 bilhões.
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central (Bacen), o Patrimônio de Referência totalizou R$ 167,014 bilhões em 31 de março de 2020 (ante 191,684 bilhões em 31 de dezembro de 2019).
O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 35,4% em março de 2020, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.
Vídeo da apresentação dos resultados à imprensa:
Veja a apresentação dos resultados do 1° trimestre de 2020 (PDF - 2,3 MB)