Resultados financeiros em destaque 2020 - 2º Trimestre
- Ganho bruto com participações societárias atingiu R$ 7,4 bilhões (efeito líquido de tributos de R$ 3,6 bilhões) e influenciou positivamente o resultado.
- Inadimplência (90 dias) cai para 0,46%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (2,88%).
- Despesa com provisão para risco de crédito de R$ 2,3 bilhões (efeito líquido de tributos de R$ 1,3 bilhão), refletindo o cenário econômico atual decorrente da pandemia do COVID-19.
O BNDES registrou lucro líquido de R$ 4,962 bilhões no primeiro semestre de 2020. O desempenho é atribuído principalmente ao resultado com participações societárias de R$ 7,368 bilhões, atenuado por constituição de provisão para risco de crédito de R$ 2,271 bilhões.
A performance das participações societárias no primeiro semestre de 2020 foi resultado sobretudo das vendas de papéis, que contribuíram com R$ 8,030 bilhões no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro. O resultado do primeiro semestre de 2019, de R$ 13,808 bilhões, foi impactado de forma não recorrente pela operação de incorporação de Fibria pela Suzano, além de venda de ações da Petrobras, Vale e Rede.
A despesa com provisão para risco de crédito de R$ 2,271 bilhões, observada no primeiro semestre de 2020, foi influenciada pela revisão de ratings de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do COVID-19. Não obstante, o BNDES recuperou créditos baixados em exercícios anteriores, no montante de R$ 1.836 milhões, cerca de 35% oriundos de honras pelo FGE. Esse movimento de recuperação também foi observado no primeiro semestre de 2019, quando o BNDES registrou uma reversão líquida de R$ 1,161 bilhão.
O produto de intermediação financeira atingiu R$ 7,055 bilhões, decréscimo de 11,4% em comparação ao primeiro semestre de 2019. A redução reflete o declínio da carteira de crédito e a expressiva queda da taxa SELIC, que remunera as disponibilidades e os títulos públicos.
A redução da carteira e das taxas de juros também explica o declínio do resultado recorrente, que atingiu R$ 3,772 bilhões no primeiro semestre de 2020, ante R$ 4,200 bilhões no mesmo período de 2019. O resultado recorrente exclui a volatilidade trazida pela carteira de renda variável e pelos ajustes na provisão para risco de crédito e se mostra confortável para cobertura dos riscos de perda em suas operações de financiamento.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 747,872 bilhões em 30 de junho de 2020, apresentando aumento de R$ 19,707 bilhões (2,7%) no semestre. O acréscimo resultou, principalmente, do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 17 bilhões, R$ 3,7 bilhões já aplicados), no âmbito do PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos), além da apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses de R$ 30,3 bilhões. Estes fatores foram atenuados pela liquidação do Fundo PIS/PASEP, no montante de R$ 20,7 bilhões, e pela desvalorização da carteira de não coligadas em R$ 13,3 bilhões.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 444,261 bilhões, representando 59,4% dos ativos totais em 30 de junho de 2020 e um ligeiro acréscimo em relação ao saldo de 31 de dezembro de 2019. A apropriação de variação cambial e juros foi compensada pela queda gerada pelo retorno líquido da carteira e pela provisão para risco de crédito registrada no semestre.
A inadimplência (+ 90 dias) apresentou queda no período, passando de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 (desconsideradas as operações com honra da União) para 0,46% em 30 de junho de 2020, abaixo da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,88% em 30 de junho de 2020). A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, uma vez que 92,2% de suas operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de junho de 2020. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 90,9% em 31 de março de 2020 (última informação disponível).
O índice de renegociação atingiu 37,99% em 30 de junho de 2020, fortemente impactado pelas renegociações no âmbito do produto Standstill COVID-19 no segundo trimestre. Desconsiderando estas operações, o índice de renegociação seria de 6,57%.
A carteira de participações societárias em coligadas e não coligadas totalizou R$ 77,3 bilhões em 30 de junho de 2020. A posição representa um decréscimo de 32,4% no semestre, em função da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 13,3 bilhões), destacando Petrobras, Eletrobras e Vale, e da venda de ações (R$ 23,8 bilhões), notadamente Petrobras.
Fontes de recursos – Em 30 de junho de 2020, FAT e Tesouro Nacional representavam 40,6% e 28,2%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 211,122 bilhões em 30 de junho de 2020, representando um aumento de 5,7% em relação à posição em 31 de dezembro de 2019, decorrente do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 17 bilhões, R$ 3,7 bilhões já aplicados), no âmbito do PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos). Não houve liquidações antecipadas no semestre, apenas pagamentos ordinários no montante de R$ 7,6 bilhões.
O FAT se manteve como principal credor do BNDES. No semestre, ingressaram R$ 7,015 bilhões de recursos do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 303,898 bilhões em 30 de junho de 2020.
O Fundo PIS-PASEP (R$ 20,7 bilhões) foi liquidado em maio de 2020 e a totalidade dos recursos transferida para o FGTS.
O passivo com captações externas totalizou R$ 37,780 bilhões em 30 de junho de 2020, um acréscimo de 31,4% no semestre, em função, principalmente, de efeito cambial.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido apresentou redução de R$ 6,316 bilhões (6,0%) no semestre, chegando a R$ 98,495 bilhões. O decréscimo decorreu principalmente do ajuste negativo de avaliação patrimonial (notadamente participações societárias em não coligadas), líquido de tributos, de R$ 11,277 bilhões, atenuado pelo lucro líquido de R$ 4,962 bilhões.
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 180,260 bilhões em 30 de junho de 2020 (ante R$ 191,684 bilhões em 31 de dezembro de 2019).
O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 37,0% em junho de 2020, acima dos 9,25% exigidos pelo Banco Central.
Eventos Subsequentes
Algumas iniciativas de julho e agosto terão impacto nos balanços futuros do Banco, principalmente a devolução de recursos não repassados da primeira versão do PESE (R$ 13,22 bilhões), o leilão de ações da Vale no valor de R$ 8,14 bilhões e a alienação de R$ 73,8 milhões de units de emissão da AES Tietê Energia S/A de propriedade da BNDESPAR.
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Assista à divulgação dos resultados:
Veja a apresentação dos resultados do 2° trimestre de 2020 (PDF - 2,8 MB)