Resultados financeiros em destaque 2020 - 3º Trimestre
- Ganho bruto com alienações de participações societárias atingiu R$ 15,1 bilhões (efeito líquido de tributos de R$ 9,2 bilhões) e influenciou positivamente o resultado;
- Inadimplência (90 dias) cai para 0,18%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (2,43%);
- Despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,8 bilhão (efeito líquido de tributos de R$ 1,0 bilhão), refletindo o cenário econômico decorrente da pandemia do COVID-19.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 13,688 bilhões entre janeiro e setembro de 2020. O desempenho é atribuído principalmente ao resultado com participações societárias de R$ 16,455 bilhões, atenuado por constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,801 bilhão.
A performance das participações societárias nos nove meses foi resultado sobretudo das vendas de papéis, que contribuíram com um lucro bruto de R$ 15,067 bilhões no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro, e para a venda de ações da Vale em agosto, por meio de leilão na bolsa de valores. O resultado do mesmo período de 2019, de R$ 16,510 bilhões, foi impactado pela operação de incorporação de Fibria pela Suzano, além de venda de ações da Petrobras, Vale e Rede.
A despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,801 bilhão foi influenciada pela revisão de ratings de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do COVID-19 no primeiro semestre. Não obstante, o BNDES recuperou créditos baixados em exercícios anteriores no montante de R$ 2,232 bilhões, cerca de 33% oriundos de honras pelo FGE.
O produto de intermediação financeira atingiu R$ 10,939 bilhões, decréscimo de 4,2% em comparação aos nove meses de 2019. A redução reflete o declínio da carteira de crédito e a expressiva queda da taxa SELIC, que remunera as disponibilidades e os títulos públicos.
A redução da carteira e das taxas de juros também explica o declínio do resultado recorrente, que atingiu R$ 6,205 bilhões nos nove meses de 2020, ante R$ 6,747 bilhões no mesmo período de 2019. O resultado recorrente exclui a volatilidade trazida pela carteira de renda variável e pelos ajustes na provisão para risco de crédito.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 764,407 bilhões em 30 de setembro de 2020, apresentando aumento de R$ 36,241 bilhões (5,0%) nos primeiros nove meses do ano. O acréscimo resultou, principalmente, do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 22 bilhões, R$ 4,8 bilhões já aplicados), no âmbito do PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) e do PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito), além da apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses de R$ 39,0 bilhões. Estes fatores foram atenuados pela liquidação do Fundo PIS/PASEP, no montante de R$ 20,7 bilhões em maio, e pela desvalorização da carteira de não coligadas em R$ 11,5 bilhões.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 452,312 bilhões, representando 59,2% dos ativos totais em 30 de setembro de 2020, acréscimo de 2,4% em relação ao saldo de 31 de dezembro de 2019. A apropriação de variação cambial e juros foi parcialmente compensada pela queda gerada pelo retorno líquido da carteira e pela provisão para risco de crédito registrada no período.
A inadimplência (+ 90 dias) reduziu de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 (desconsideradas as operações com honra da União) para 0,18% em 30 de setembro de 2020, retornando ao patamar de 2015 e ficando bem abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (2,43% em 30 de setembro de 2020). A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, uma vez que 92,5% de suas operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de setembro de 2020. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,0% em 30 de junho de 2020 (última informação disponível).
O índice de renegociação atingiu 47,36% em 30 de setembro de 2020, fortemente impactado pelas renegociações no âmbito do produto Standstill COVID-19 no segundo trimestre. Desconsiderando estas operações, o índice de renegociação seria de 7,19%.
A carteira de participações societárias em coligadas e não coligadas totalizou R$ 71,2 bilhões em 30 de setembro de 2020. A posição representa um decréscimo de 37,8% nos nove meses, em função da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 11,5 bilhões), destacando Petrobras e Eletrobras, e da venda de ações (R$ 33,8 bilhões), notadamente Petrobras e Vale.
Fontes de recursos – Em 30 de setembro de 2020, FAT e Tesouro Nacional representavam 40,1% e 27,9%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 213,046 bilhões em 30 de setembro de 2020, representando um aumento de 6,7% em relação ao encerramento de 2019, decorrente do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 22 bilhões, R$ 4,8 bilhões já aplicados), no âmbito do PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) e PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito). Não houve liquidações antecipadas nos nove meses de 2020, apenas pagamentos ordinários no montante de R$ 11,5 bilhões.
O FAT se manteve como principal credor do BNDES. Nos primeiros nove meses de 2020, ingressaram R$ 11,17 bilhões de recursos do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 306,444 bilhões em 30 de setembro de 2020.
O Fundo PIS-PASEP (R$ 20,7 bilhões) foi liquidado em maio de 2020 e a totalidade dos recursos transferida para o FGTS.
O passivo com captações externas totalizou R$ 34,855 bilhões em 30 de setembro de 2020, um acréscimo de 21,2% em relação a 31 de dezembro de 2019, em função, principalmente, de efeito cambial, atenuado por amortizações no vencimento.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido se manteve no mesmo patamar, chegando a R$ 104,454 bilhões em 30 de setembro de 2020. O ajuste negativo de avaliação patrimonial (notadamente participações societárias em não coligadas), líquido de tributos, de R$ 14,045 bilhões, foi compensado pelo lucro líquido de R$ 13,688 bilhões.
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 186,112 bilhões em 30 de setembro de 2020 (ante R$ 191,684 bilhões em 31 de dezembro de 2019).
O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 40,1% em setembro de 2020, acima dos 9,25% exigidos pelo Banco Central.
Eventos Subsequentes
Algumas iniciativas de outubro e novembro terão impacto nos balanços futuros do Banco, principalmente a venda integral das ações ordinárias de emissão da Suzano detidas pela BNDESPAR (valor da venda: R$ 6,9 bilhões), a captação de R$ 1 bilhão pela emissão de Letras Financeiras Verdes (LFV), a prorrogação da suspensão temporária por prazo de até seis meses de amortizações de empréstimos contratados junto ao BNDES (standstill) e a devolução ao Tesouro de R$ 6,1 bilhões de recursos não aplicados do PESE.
> Veja as demonstrações financeiras completas do BNDES e de suas subsidiárias.
Assista à divulgação dos resultados:
Veja a apresentação dos resultados do 3° trimestre de 2020 (PDF - 2 MB)