Resultados financeiros em destaque 2019 - 1º Trimestre
BNDES registra lucro líquido de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2019
- Ganho bruto com participações societárias atingiu R$ 12,5 bilhões e influenciou positivamente o resultado;
- Boa qualidade da carteira se manteve: 95,0% das operações classificadas entre os níveis AA e C, considerados de baixo risco, e acima da média do SFN (90,7%);
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2019, um crescimento de 436,7 % diante dos R$ 2,1 bilhões registrados no primeiro trimestre do ano anterior. A evolução do desempenho é explicada sobretudo pelo melhor resultado com participações societárias (+ R$ 11,0 bilhões, equivalente a um aumento de 725,5% em relação ao mesmo período do exercício anterior) e pelo aumento de R$ 1,1 bilhão do produto com intermediação financeira (45% maior em relação ao primeiro trimestre de 2018).
Participações Societárias – O desempenho positivo com participações societárias do Sistema BNDES (incluindo BNDESPAR) no primeiro trimestre de 2019, de R$ 12,5 bilhões, refletiu o crescimento de R$ 9,3 bilhões (1.081,0%) do resultado com alienações de investimentos, com destaque para a alienação de ações de Fibria, Petrobras, Vale e Rede. Em 31 de março de 2019, a participação total do Sistema BNDES na Petrobras era de 13,90%, ante 15,0% em 31 de dezembro de 2018. As ações de Fibria e Rede Energia foram alienadas em sua totalidade, passando a BNDESPAR a não mais participar do capital dessas companhias.
Também contribuiu para o lucro o resultado de equivalência patrimonial, que foi de R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre de 2019, ante R$ 123 milhões no primeiro trimestre de 2018.
A carteira de participações societárias (participações em coligadas e não coligadas e em fundos de investimento de renda variável), líquida de provisão para perdas, atingiu R$ 108,3 bilhões em março de 2019, um crescimento de R$ 11,9 bilhões (12,3 %) em relação à dezembro de 2018, decorrente da valorização da carteira de participações em sociedades não coligadas, especialmente dos investimentos em Petrobras, Suzano e Eletrobras.
Provisão – Houve uma reversão de R$ 1,1 bilhão de despesa com provisão para risco de crédito no primeiro trimestre de 2019, ante uma reversão de despesa com provisão de R$ 361 milhões no primeiro trimestre de 2018.
Intermediação - O resultado bruto de intermediação financeira apresentou aumento de R$ 1,1 bilhão (crescimento de 45,0%) em comparação ao mesmo trimestre de 2018, devido ao decréscimo das despesas com captação de recursos, influenciado pela antecipação dos pagamentos ao Tesouro Nacional, atenuado pela redução das receitas com operações de créditos e repasses e com títulos e valores mobiliários.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 835,1 bilhões ao fim do primeiro trimestre de 2019, apresentando aumento de R$ 32,6 bilhões (4,1%) em relação a dezembro de 2018, provocado principalmente pelo retorno das operações de crédito e repasses em volume superior aos desembolsos e pela valorização da carteira de participações societárias.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, que representou 58,6% dos ativos totais no período, registrou declínio de R$ 7,3 bilhões (1,5%) comparado a dezembro de 2018, em razão, basicamente, do volume de liquidações, que superou o de desembolsos em R$ 16,8 bilhões, atenuado por efeito cambial e de apropriação de juros e atualização monetária no período.
A boa qualidade da carteira se manteve, com concentração de 95,0 % das operações entre os níveis de risco AA e C, considerados de baixo risco, percentual superior à média de 90,7% do Sistema Financeiro Nacional (SFN), divulgada em dezembro/18 pelo BACEN.
Inadimplência - A inadimplência acima de 90 dias diminuiu no último período, passando de 2,95% em dezembro de 2018 para 2,61% em março de 2019. Desconsideradas as operações cujas prestações são garantidas pela União, esse índice de inadimplência do BNDES seria de 1,32%, inferior à média do SFN (2,97% em março).
O índice de renegociação, que compreende as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, aumentou de 4,4% em dezembro/18 para 4,5% em março/19.
Funding – Em 31 de março de 2019, Tesouro Nacional e FAT/PIS-PASEP representavam 36,6% e 35,3%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. Por conta do pagamento de R$ 2,9 bilhões feito ao Tesouro no primeiro trimestre, a dívida com o Tesouro Nacional recuou 0,4% no trimestre e encerrou o período em R$ 305,9 bilhões.
O saldo do FAT totalizou R$ 273,7 bilhões em março, um acréscimo de 0,8% no trimestre, destacando o ingresso de recursos de R$ 4,7 bilhões.
Patrimônio Líquido – O Patrimônio Líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 100,2 bilhões ao final de março/19. O crescimento de R$ 20,6 bilhões (25,9%) em relação ao fim de 2018 reflete os efeitos do ajuste da avaliação patrimonial, com impacto positivo de R$ 9,6 bilhões no Patrimônio Líquido, e do lucro líquido no período de R$ 11,1 bilhões.
Limites Prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência alcançou R$ 186,9 bilhões ao fim de março/19 (R$ 166,8 bilhões em dezembro de 2018). Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos limites mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora no índice de Basileia diante de dezembro de 2018.
O índice de Basileia passou de 29,0% ao final de dezembro/18 para 32,9% em março/19, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, principalmente pelo aumento do patrimônio de referência.