O BNDES intensificou substancialmente suas atividades internacionais, durante o ano de 2011, por meio da participação em missões externas, do recebimento de delegações estrangeiras e das atividades dos escritórios internacionais. Foram dados passos importantes na consolidação de sua presença externa, com o desenvolvimento dos planos de negócios em Londres e em Montevidéu.
Importantes ações de divulgação e de cooperação técnica foram desempenhadas, visando aproximar o Banco de novos mercados emergentes, notadamente asiáticos e africanos, bem como no estabelecimento de parcerias com os mercados mais desenvolvidos, com a ajuda do escritório em Londres. O escritório em Montevidéu tem especial importância na construção da imagem do Banco na região e na promoção da integração sul-americana.
Merece destaque o incremento do relacionamento internacional institucional, por meio da negociação de instrumentos de cooperação entre o Banco e entes externos; da participação em eventos no exterior; de reuniões com organismos multilaterais e das missões oficiais de governo. Isso se reflete na crescente participação em associações nacionais e internacionais e no grande aumento do número de delegações estrangeiras que visitaram suas instalações.
O interesse internacional pelo BNDES reflete tanto a crescente importância das economias emergentes na economia global, na qual o Brasil desponta como um dos destaques positivos, quanto o relevante papel do Banco como agente mitigador dos efeitos da crise no Brasil.
Entre os fóruns internacionais que contribuíram para fortalecer a representação institucional e para responder ao interesse especial pelas oportunidades de investimentos no Brasil, sobressaiu a participação do Banco no Fórum Econômico Mundial, em Davos, e na sessão da América Latina, no Rio de Janeiro; no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo; na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Durban; na Reunião Anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, em Washington; na Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Calgary; e, na missão de divulgação do mercado financeiro brasileiro, no reconhecido Best Brazil, na Ásia.
A captação internacional de recursos para complementar o orçamento do Banco, tanto nas operações de empréstimos com organismos internacionais, quanto no mercado financeiro, proporcionaram oportunidades importantes e inovadoras, confirmando a boa receptividade dos investidores internacionais ao BNDES. As diretrizes estratégicas de diversificação e de busca de eficiência foram perseguidas, tendo o Banco voltado a acessar os mercados de francos suíços e de empréstimos bancários, depois de uma década de ausência, proporcionando menores custos e abrindo oportunidades para captações futuras.
Outra mudança notável foi o foco dos organismos internacionais, com a transição de interesses específicos para globais. Enquanto, no passado, as captações eram norteadas pelo interesse do organismo estrangeiro em fomentar setores específicos no Brasil, as recentes captações mostraram a preocupação global com questões ambientais, incluindo o tema da sustentabilidade e o apoio às energias renováveis nos projetos financiados.
Foram contratados US$ 970 milhões, dos quais US$ 300 milhões, do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), no âmbito de uma nova linha de crédito, denominada Global Action for Reconciling Economic Growth and Environmental Preservation (GREEN), destinada a projetos que favoreçam a preservação ambiental global, a eficiência energética, a utilização de energias renováveis e a redução do efeito estufa. E, aproximadamente, US$ 670 milhões (€ 500 milhões), do Banco Europeu de Investimentos (BEI), com vistas a apoiar projetos que favoreçam a sustentabilidade ambiental e que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas globais. Esse contrato foi assinado em outubro sem necessidade de garantia soberana, refletindo a percepção de menor risco atribuído ao BNDES.
A crise global proporcionou oportunidades externas de investimentos para as empresas brasileiras, consolidando um processo que se desdobra há algumas décadas. O movimento das empresas incentiva o próprio processo de internacionalização do Banco, que vem se preparando para apoiá-las com novos instrumentos financeiros e com recursos captados em novos mercados externos.
O BNDES assinou acordos, convênios e memorandos com as seguintes instituições, entre as quais sobressaem os novos parceiros em mercados emergentes: Japan Bank for International Cooperation e Nippon Export and Investment Insurance (Japão), Mubadala Development Company (Emirados Árabes Unidos), Garanti-Instituttet for Eksportkreditt (Noruega), The Export-Import Bank of Korea, Banco de la Nación e Banco de Inversión y Comercio Exterior Sociedad Anônima (Argentina), Société Fédérale de Participations et d’Investissement (Bélgica) e com os membros da associação de bancos de desenvolvimento dos BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Para consolidar o conhecimento sobre a atuação internacional do BNDES e sobre economia mundial foram produzidos diversos informativos, inclusive com acompanhamento dos investimentos de empresas brasileiras no exterior, que auxiliam na análise de suas estratégias de internacionalização e seus impactos no acesso aos novos mercados, às melhores práticas de gestão, aos recursos tecnológicos e à inovação e seus efeitos sobre a economia brasileira.