O aumento dos financiamentos do BNDES ao setor de infraestrutura em 11% contribuiu para o crescimento da taxa de investimento em infraestrutura sobre o Produto Interno Bruto (PIB)
Foi realizado ainda o primeiro leilão específico para a fonte solar, que, seguindo o sucesso da cadeia eólica, também passa a contar com o apoio à progressiva nacionalização de componentes
Considerando apenas o ano de 2014, o desempenho do BNDES em inovação atingiu R$ 5,9 bilhões, representando um crescimento de 14% em relação ao ano anterior, e vem promovendo importantes conquistas, com a produção de fármacos e o domínio do etanol de segunda geração
Apesar dos desafios, a indústria apresentou destaques positivos, como os setores petroquímico, farmacêutico, alimentício, de equipamentos eletrônicos e de materiais de transporte
Teremos assim o desafio de focar nas prioridades de modo a combinar níveis mais baixos de desembolso com o fortalecimento das taxas de investimento, assegurando condições para a continuidade do ciclo de investimentos e de fortalecimento das pequenas e médias empresas
Ano de transição para um patamar menor de desembolsos, 2014 foi marcado pelo ajuste das condições de apoio e pelo foco nos setores prioritários. O presidente Luciano Coutinho explica como o BNDES está passando por esse processo mantendo o compromisso com o desenvolvimento justo, sustentável e competitivo.
Em 2014, apesar de as economias em desenvolvimento terem sofrido impactos da lenta recuperação da economia mundial e da redução do ritmo de crescimento de suas exportações, o Brasil foi capaz de manter uma consistente trajetória de ampliação do emprego e redução das desigualdades. Ao mesmo tempo, o conjunto das políticas públicas permitiu manter estável a taxa de investimento da economia brasileira, com sensível crescimento no setor de infraestrutura.
No ano que se encerrou, o aumento dos financiamentos do BNDES ao setor de infraestrutura em 11% contribuiu para o crescimento da taxa de investimento em infraestrutura sobre o Produto Interno Bruto (PIB), denotando o empenho da instituição em contribuir para um sistema de logística mais eficiente, elevando a competitividade nacional com sustentabilidade ambiental. Merece destaque o crescimento do apoio ao transporte ferroviário, de 51%.
A prioridade para a infraestrutura também se reflete no setor elétrico, para o qual o BNDES contribuiu em 2014 com R$ 19 bilhões em desembolsos para projetos de geração, transmissão, distribuição e gestão de energia, ampliando fontes alternativas renováveis. Cabe notar que a energia eólica adquire peso expressivo na matriz e já apresenta cadeia produtiva capaz de suprir os projetos nacionais e exportar equipamentos, além de ter possibilitado constante redução da tarifa média dos projetos apoiados.
Nesse ano, foi realizado ainda o primeiro leilão específico para a fonte solar, que, seguindo o sucesso da cadeia eólica, também passa a contar com o apoio à progressiva nacionalização de componentes, tendo como primeiro resultado o financiamento a uma fábrica nacional de equipamentos para geração solar.
O apoio ao desenvolvimento sustentável tem no Fundo Amazônia um de seus grandes pilares: em 2014, R$ 417 milhões foram contratados em novos projetos, compondo uma carteira de R$ 1 bilhão dedicada à preservação do Bioma Amazônia, com destaque para as iniciativas de monitoramento ambiental em todo o bioma e ações de regularização de pequenas propriedades rurais. No Nordeste, o BNDES também teve atuação decisiva: em alinhamento com as prioridades do Programa Água para Todos, viabilizamos a implantação de 20 mil cisternas no semiárido, contribuindo para a meta nacional de fornecer alternativas de abastecimento para populações expostas aos efeitos da longa estiagem. Quando considerados todos os demais setores que contribuem para mitigar os efeitos negativos do processo de mudança climática, nosso apoio à economia verde atinge R$ 28,3 bilhões, um crescimento de 14% em relação a 2013.
O apoio aos Estados possibilitou o aumento de 19% nos financiamentos voltados a serviços de utilidade pública, com foco em saneamento, saúde e educação. É digno de nota o apoio aos planos de mobilidade urbana, importantes legados do planejamento para a Copa do Mundo que já estão contribuindo para reduzir o tempo médio de deslocamento diário da população. O BNDES dedicou atenção especial a esse assunto, com financiamentos aos sistemas urbanos de metrô, linhas de Bus Rapid Transport e Trens de Superfície.
O apoio à cultura, memória e arte concedido pelo BNDES também se destaca entre as demais instituições, seja pelo patrocínio dos mais relevantes festivais de cinema, música e teatro e encontros literários, seja pelas ações de restauro e preservação de patrimônios históricos, determinantes também para o fortalecimento das cadeias produtivas da economia criativa em seus entornos.
Para lidar com o desafio estrutural de retomar o crescimento da indústria com crescente incorporação de tecnologia e inovação, o BNDES implementa o Inova Empresa, iniciativa federal lançada em 2011 e que conta com a participação de outras instituições públicas. Nesse ano, demonstrando sua maturidade, o plano chegou a resultado acumulado de R$ 35,3 bilhões em valor de projetos apoiados.
Considerando apenas o ano de 2014, o desempenho do BNDES em inovação atingiu R$ 5,9 bilhões, representando um crescimento de 14% em relação ao ano anterior, e vem promovendo importantes conquistas, com a produção de fármacos e o domínio do etanol de segunda geração. No âmbito interno, a prioridade ao tema da inovação foi materializada com a criação de uma unidade dedicada ao setor de bens de capital, apoiando com ainda mais foco um importante eixo dinamizador do crescimento sustentado da indústria. A esse esforço, soma-se a preocupação com a ampliação da base de tomadores de crédito, refletida no desempenho do Cartão BNDES, que incluiu novas bandeiras emissoras e manteve sua trajetória de crescimento, com aumento de 15% do valor apoiado, beneficiando mais de 200 mil micro, pequenas e médias empresas.
Em 2014, apesar dos desafios, a indústria apresentou destaques positivos, como os setores petroquímico, farmacêutico, alimentício, de equipamentos eletrônicos e de materiais de transporte. Ao mesmo tempo, investimentos recentes em setores avançados em tecnologia da informação já nos colocam em condições de aproveitar uma nova onda de transformações tecnológicas que se avizinha.
Foi publicada, em 2014, a coleção Um Olhar Territorial para o Desenvolvimento, reunindo reflexões e diagnósticos e sinalizando oportunidades para o desenvolvimento de cada uma das cinco macrorregiões a partir de contribuições de empregados do BNDES e especialistas convidados. A prioridade para o tema do desenvolvimento regional também se materializa na constituição de uma unidade dedicada ao desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, sediada na própria região e orientada para a inclusão produtiva, preservação do bioma e maior interlocução com entes locais. Adicionalmente, nossa presença no entorno de grandes projetos se dá de forma cada vez mais estruturada, refletindo o esforço para que os benefícios dos empreendimentos se reflitam em melhora das condições de vida da população local.
Esse foi também o ano que marcou o início da transição para um novo patamar de atuação, a partir da revisão das políticas operacionais que orientam as condições de apoio financeiro. Teremos assim o desafio de focar nas prioridades de modo a combinar níveis mais baixos de desembolso com o fortalecimento das taxas de investimento, assegurando condições para a continuidade do ciclo de investimentos e de fortalecimento das pequenas e médias empresas. Para isso, será cada vez mais importante a promoção da diversificação de fontes de financiamento, reforçando nosso papel como estruturador de projetos e viabilizador de fontes de investimentos complementares, com destaque para o mercado de capitais e de títulos corporativos. Associado à revisão do modelo, promovemos uma otimização de processos e governança interna, com sensível impacto na redução de prazos de tramitação dos pleitos por financiamento.
Em consonância com o desafio de diversificação de fontes de recursos, nosso escritório em Londres realizou sua primeira captação internacional de recursos, gerando ganhos para o BNDES e para empresas brasileiras. Cumpre registrar também o avanço institucional alcançado com a formalização do acordo para a constituição do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de desenvolvimento dos países do BRICS.
No ano que se inicia, o desenho da política macroeconômica abre oportunidade para que o BNDES desempenhe importante papel no aumento da competitividade da economia brasileira, condição básica para recuperar o crescimento firme e sustentar o processo de redução das desigualdades. Para isso, será instado a atuar de forma proativa na identificação de oportunidades de avanço e na proposição de soluções para questões vindouras. Tenho profunda confiança de que a excelência e criatividade do BNDES estão à altura de superar esse desafio.