Atuação Internacional


A principal atividade internacional do BNDES, em 2012, foi atender ao crescente interesse sobre sua relevância no desenvolvimento econômico brasileiro. O Banco despontou por sua capacidade de atuação anticíclica em um mundo ainda sob os efeitos da crise financeira. Ressaltou o papel dos bancos de desenvolvimento nas reuniões do Fórum Econômico Mundial, do Fórum Financeiro dos BRICS (grupo de cooperação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), da 18ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP18) e nas reuniões anuais do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Reconhecido como instituição de referência internacional por seu modelo de negócios, sua política operacional e pela qualificação de seu corpo técnico, vistos como fatores de sucesso e exemplo paradigmático por países que pretendem ter ou ampliar a atuação de seus bancos de desenvolvimento, o BNDES foi convidado a tornar-se membro fundador de associações de bancos de desenvolvimento como o International Development Finance Club (IDFC), que congrega os principais bancos, e o Montreal Group, que reúne os bancos com destacada atuação no apoio à pequena e média empresa. Além destas, teve relevante atuação nos comitês promovidos pelo Institute of International Finance, com mais de 450 membros, em mais de setenta países, e na Association of Development Financing Institutions in Asia and the Pacific, com 127 membros, em 44 países.

A atuação internacional do BNDES no tema Desenvolvimento Socioambiental foi destacada, em 2012, com reflexos na captação de recursos de instituições internacionais para uso em energias alternativas, eficiência energética, mudanças climáticas e florestas. O Banco participou como parte do governo brasileiro e como patrocinador na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que discutiu o desenvolvimento a partir da integração de suas três dimensões – econômica, social e ambiental – e realinhou os compromissos do governo brasileiro e da comunidade internacional para esse objetivo.

Além da Rio+20, o BNDES atuou formalmente em três iniciativas internacionais associadas a sua agenda ambiental: (I) o IDFC, associação de instituições de desenvolvimento que elegeu “finanças climáticas” como seu tema prioritário; (II) o High Level Group on Sustainable Energy for All, liderado pela Secretaria-Geral da ONU; e (III) o CDM Policy Dialogue, painel selecionado pela ONU para elaborar uma proposta de revisão do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto.

Em relação a premiações que reconhecem o diferencial de atuação das instituições em âmbito internacional, destaca-se que o BNDES recebeu, em conjunto com a Bovespa, o Prêmio ALIDE Verde, pela estruturação, em dezembro de 2010, do Índice Carbono Eficiente (ICO2)[34]. Esse prêmio é concedido pela Associação Latino-Americana das Instituições Financeiras para o Desenvolvimento para as melhores práticas na região.

 

O BNDES atendeu a inúmeras solicitações de instituições internacionais, de fundos soberanos e de governos interessados em conhecer suas políticas de apoio, destacando-se as socioambientais, de comércio exterior, de agropecuária e de pequenas e médias empresas (PME). Manteve entendimentos com a Japan International Cooperation Agency, o KfW, o US-Eximbank, instituições israelenses de P&D, Comissão Francesa para Energia Atômica e Energias Alternativas e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina.

Foram firmados acordos com o Banco Standard Chartered, o Japan Bank for International Cooperation (JBIC), os bancos de desenvolvimento dos BRICS (BNDES, Vnesheconombank, Exim Bank of India, China Development Bank e Development Bank of Southern Africa), com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a Agence Française de Développement, o African Development Bank, o Development Bank of Ethiopia, o Tanzania Investment Bank, o Banco de Desarrollo de El Salvador, a OSEO (apoio a PMEs, na França) e o Hungary Eximbank.

Celebrou, este ano, cinquenta anos de parceria com o JBIC, período em que que foram registradas 14 operações de financiamento ao BNDES. Os contratos ativos viabilizaram, em especial, investimentos em infraestrutura e em redução da emissão dos gases do efeito estufa, alcançando US$ 1,95 bilhão de empréstimos ao BNDES.

Para promover o investimento brasileiro no exterior e o investimento estrangeiro no Brasil, aproximou-se de instituições de vários países, entre eles, Alemanha, Argentina, Aruba, Camarões, Canadá, Finlândia, EUA, França, Indonésia, Inglaterra, Itália, Nigéria, Portugal, Rússia, Sudão, Togo, Ucrânia e Uruguai. Participou do Brazil Day, organizado pelo governo britânico, em Londres, e do Fórum Econômico das Américas, em Toronto, promovendo oportunidades de negócios decorrentes da realização dos Jogos Olímpicos e da Copa, no Brasil.

Acompanhou diversas iniciativas voltadas à integração regional como a estruturação do Banco do Sul; do Seminário de Negócios Internacionais da ALIDE; das Reuniões Anuais da Felaban, da ALIDE, da Associação Africana de Bancos de Desenvolvimento, do European Bank for Reconstruction and Development (EBRD) e do Grupo African Development Bank; e promoveu um seminário de divulgação do Programa para Integração da Infraestrutura na África.

O BNDES estruturou a participação da Société Fédérale de Participations et d’Investissement, empresa controlada pelo governo belga, no Fundo de Inovação em Meio Ambiente, o Cleantech, um fundo de capital de risco em empresas desenvolvedoras de tecnologias limpas, contribuindo para a atração de investimento estrangeiro para projetos sustentáveis e para o desenvolvimento de instrumentos internacionais do mercado de capitais. Divulgou a estabilidade do ambiente financeiro brasileiro em eventos como o Best Brazil, nos principais centros financeiros mundiais; no evento conjunto da ABVCAP e no British Venture Capital Association, em Londres e no seminário de Mercado de Capitais da CAF.

No apoio à internacionalização de empresas brasileiras, destacou-se a operação de apoio à Braskem Idesa na implantação de um complexo petroquímico no México, em conjunto com as agências multilaterais Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e International Finance Corporation (IFC); o BANCOMEXT; a Nacional Financiera; as agências de crédito à exportação, EDC (Canadá) e SACE (Itália) e alguns bancos comerciais.

O BNDES avançou na definição dos modelos de governança, compliance, operacional, de risco e tributário da subsidiária em Londres, um dos projetos estratégicos corporativos de 2012. A unidade britânica teve reforço de equipe e ganhou nova sede e, em 2013, estará apta a captar recursos, desenvolver novos instrumentos financeiros no exterior e contribuir para o fortalecimento da imagem do BNDES no exterior.

No que se refere à gestão do conhecimento e subsídio à estratégia internacional, elaborou mapeamento sobre o contexto econômico da África e as oportunidades para as empresas brasileiras, com proposta de agenda de atuação do BNDES na região. Editou vários documentos de conjuntura e referência, destacando-se o “Boletim da Internacionalização”, com monitoramento dos anúncios de investimentos brasileiros no exterior. Atuando com instituições nacionais e internacionais, viabilizou eventos em temas de economia internacional, de política externa e de comércio exterior.

 

34. Mais informações sobre o ICO2 estão disponíveis em Renda Variável.