O BNDES tem a preocupação de conhecer, debater e, também, propor soluções para os desafios do desenvolvimento econômico, social e ambiental brasileiro. O Banco tem diversas formas de atuação nesse campo.
As análises e projeções elaboradas pelo BNDES são disponibilizadas à sociedade por meio de estudos e publicações, da participação em seminários, da produção de artigos para veículos externos e do atendimento a pesquisadores e outros interessados. Nesse sentido, também contribuem o patrocínio a eventos para discutir os rumos do país e a organização de atividades abertas ao público nas instalações do Banco. Mais informações sobre patrocínio na seção Relacionamentos.
A proeminência que o BNDES ganhou nos últimos anos o tornou tema de intenso debate. Ainda que um traço marcante seja o seu viés ideológico, o Banco está atento aos argumentos levantados, em especial às críticas. Duas delas chamam atenção. Alguns dizem que o apoio do BNDES privilegia as grandes empresas. Outros, que sua ação não contribui para aumentar os investimentos da economia.
É preciso destacar: no que tange ao investimento, as empresas relevantes são as grandes. Dados do IBGE de 2011 revelam que as empresas da indústria com faturamento anual acima de R$ 90 milhões responderam por 84% dos investimentos do setor. No BNDES, as empresas industriais desse porte representaram no mesmo período 78% dos desembolsos ao setor. Em 2013, esse indicador foi de 76% e, em 2014, de 79%. Nesse sentido, a representatividade das empresas de menor porte é maior nos investimentos financiados pelo Banco do que na indústria em geral.
Além disso, é preciso ter em conta que empresas de menor porte não estão presentes (ou estão de forma marginal) nos investimentos em infraestrutura, exportação e setor público, responsáveis por 35% dos desembolsos do BNDES em 2013 e 36% em 2014. Ao expurgá-los, temos uma participação equânime entre as empresas grandes e as micro, pequenas e médias nos desembolsos do BNDES.
Quer dizer: onde as empresas de menor porte são relevantes, o esforço do BNDES é intenso. As empresas com faturamento abaixo de R$ 90 milhões responderam por 81% dos financiamentos à agricultura e por 60% dos desembolsos ao setor de serviços, em 2013. Em 2014, esses valores foram, respectivamente, 82% e 56%.
Os financiamentos do BNDES contribuíram para elevar os investimentos? O crescimento dos desembolsos foi expressivo, mas em termos reais isso ocorreu basicamente de 2007 a 2010. Descontada a inflação, os desembolsos de 2013 e de 2014 ainda estão abaixo do recorde de 2010, ano crítico da atuação anticíclica do BNDES em face da crise mundial.
É possível elencar três fatores que mais influenciaram os desembolsos nos últimos anos. O primeiro foi a aceleração dos investimentos em 2007 e 2008, com aumento de 3,5 pontos percentuais do PIB, ante alta de 2,3 pontos percentuais dos desembolsos do Banco. Trata-se de período em que os desembolsos foram impulsionados pelo investimento em geral.
O segundo foi a entrada de grandes projetos. Na indústria, iniciou-se um processo de inversões robustas em novas plantas industriais. Siderurgia e papel e celulose foram destaques. Na infraestrutura, retomaram-se grandes projetos em energia elétrica e, mais recentemente, em logística. De 2007 a 2012, os investimentos em infraestrutura aumentaram em R$ 47 bilhões, a preços de 2011, enquanto os desembolsos do BNDES ao setor cresceram R$ 22 bilhões, alavancando outras fontes de financiamento.
O terceiro fator foi a atuação anticíclica, em 2009 e 2010. A ação foi importante para o crescimento de 21% da formação bruta de capital fixo em 2010, bem mais do que compensando a retração de 7% em 2009.
A atuação do BNDES não é livre de riscos, transcendendo os envolvidos na atividade bancária convencional. Sua missão e seus programas de ação se estendem para além da análise do crédito em si, considerando impactos sociais, ambientais, inovação, geração de empregos e outras externalidades.
Isso não significa que o BNDES não deva ser avaliado em sua efetividade. Por isso, o Banco está realizando estudos internos. As avaliações externas também são incentivadas. Não se trata de querer eliminar a ideologia, mas o intuito é que o debate ganhe em objetividade.
*Artigo de Fernando Puga, superintendente da Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, publicado no jornal Folha de S.Paulo, em 29.8.2014. Atualizado com valores de janeiro a dezembro de 2014.
Entre as pesquisas próprias, disponibilizadas à sociedade, destaca-se o lançamento do primeiro número da publicação Panoramas Setoriais, em que especialistas do BNDES examinam detalhadamente diversos setores da economia, no que diz respeito a padrão de concorrência, grau de competitividade, estruturação de cadeias produtivas e tendências tecnológicas.
Vale ainda destacar a edição de periódicos como a Revista do BNDES, que traz análises sobre economia e desenvolvimento brasileiros, e o BNDES Setorial, que dissemina parte do conhecimento técnico do BNDES aplicado à análise de projetos.
Outro periódico lançado – em edição conjunta com o primeiro número do Panoramas – foi o Perspectivas do Investimento, com mapeamento e análise dos projetos e planos estratégicos de investimento das empresas, em um horizonte de quatro anos. O estudo apontou uma mudança qualitativa nos investimentos esperados para 2015-2018, que totalizaram R$ 4,1 trilhões e mostraram perfil intensivo em tecnologia e, em geral, menos intensivo em capital.
A publicação Panoramas Setoriais foi lançada em 2014 e traz análises detalhadas de diversos setores da economia. Imagem: BNDES.
A última edição do prêmio contou com 23 teses de doutorado, inscritas por nove centros de pós-graduação em economia de universidades brasileiras. A tese vencedora foi Exclusão financeira e sua relação com a pobreza e desigualdade de renda no Brasil, de Tonyedson Pereira e Lana (UFMG).
Na categoria Mestrado, foram 42 dissertações, inscritas por 18 centros de pós-graduação em economia de universidades brasileiras. A dissertação vencedora foi Vulnerabilidade das famílias à pobreza: uma análise para seis regiões metropolitanas (2002-2011), de Solange Ledi Gonçalves (UFMG).
O Prêmio BNDES de Economia, desde 1977, estimula a pesquisa no campo da ciência econômica pura e aplicada segundo a perspectiva nacional, regional ou setorial. Concorrem dissertações de mestrado e teses de doutorado ainda não publicadas, aprovadas pelos centros de pós-graduação em economia do país.
No intuito de prestar contas à sociedade sobre sua atuação, foi realizado um estudo sobre o impacto do BNDES nas contas públicas, incluindo os efeitos na arrecadação fiscal decorrentes do crescimento econômico induzido e da ampliação da renda. O estudo concluiu que o impacto do BNDES sobre a política monetária do Banco Central é restrito e concentrado, de tal maneira que não reduz a eficácia de políticas restritivas de governo.
Além disso, o BNDES deu continuidade a linhas de pesquisas sobre bancos de desenvolvimento e sobre o papel do Banco como indutor de investimento e executor de políticas anticíclicas, mostrando a relação entre a performance de seus desembolsos e o desempenho da formação bruta de capital fixo do país.
O ano de 2014 marcou o início da operação da Biblioteca Digital do BNDES. Ela está estruturada em comunidades e coleções que agrupam publicações editadas, patrocinadas ou financiadas pela instituição, além de obras sobre sua atuação, sua história e sobre assuntos relacionados à temática do desenvolvimento econômico e social.
Como consequência da ampla atuação do BNDES em diversas áreas, a Biblioteca Digital reúne documentos de setores econômicos como energia, papel e celulose, petróleo e gás, aviação, cultura, entre outros. Além disso, está em constante crescimento, com depósitos regulares de novos documentos e com potencial incorporação de novas comunidades.
Os avanços da gestão do conhecimento (GC) no Banco foram reconhecidos pela pesquisa Gestão do conhecimento na administração pública – o que mudou no período 2004-2014, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo classificou diferentes organizações em grupos de acordo com o grau de explicitação e formalização da GC: inicial, intermediário e avançado. O BNDES ficou no nível intermediário, com destaque para a elevada quantidade de práticas implantadas com resultados positivos.
Foi lançada a coleção Um Olhar Territorial para o Desenvolvimento, que busca identificar as diferentes ações do Banco nas macrorregiões do país e seus territórios, além de descortinar oportunidades para o aprimoramento das ações e dos instrumentos operacionais, em prol do desenvolvimento mais equilibrado, coordenado e sustentável.
A série é composta por cinco volumes, um para cada macrorregião do país, com artigos de autores do Banco e de convidados.
No que diz respeito aos temas transversais à atuação do Banco, outro conjunto de publicações que merece destaque são os guias socioambientais. Mais informações na seção Inovação, socioambiental e regional.