RELATÓRIO ANUAL 2014

SAIBA MAIS

Política de atuação no apoio à inovação

Política de atuação no entorno de projetos

FEP ADT Xingu

Política socioambiental

Inovação, socioambiental e regional

Os desafios regionais, socioambientais e da inovação são transversais a todas as operações e atividades do BNDES. O Banco prioriza o fomento tanto a investimentos com foco em cada uma dessas dimensões como às possibilidades de integração entre elas e com as diferentes formas de atuação do BNDES. Por isso, além dos destaques ora apresentados, esses temas também permeiam as demais entregas deste relatório.

INOVAÇÃO

O BNDES vem ampliando e diversificando, ano a ano, sua carteira de projetos de inovação, que chegou à ordem de R$ 20 bilhões em operações com diferentes instrumentos de apoio financeiro. Para orientar suas ações, o Banco usa como referência o Plano Brasil Maior e a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. A partir dessas diretrizes, busca atuar de forma complementar às demais instituições do Sistema Nacional de Inovação, em todos os setores da economia, inclusive naqueles mais tradicionais, considerados de baixa tecnologia.

O entendimento é que a inovação é fundamental para melhorar o posicionamento competitivo das empresas brasileiras e, por isso, seu apoio deve ser prioridade estratégica da instituição. A inovação contribui para a criação de empregos qualificados e para o aumento da eficiência produtiva, gerando valor econômico e social para o país. Desse modo, o BNDES fomenta e apoia a formação de capacitações e a construção de ambientes inovadores, bem como o desenvolvimento de novos produtos e novos processos.

Entre os produtos do Banco para apoio à inovação, a Linha BNDES Inovação é o principal instrumento. Essa linha de financiamento de baixo custo financeiro visa apoiar o aumento da competitividade das empresas por meio de investimentos em inovação aplicada em sua estratégia de negócios. Esses investimentos podem contemplar inovações em produtos, processos, marketing, além do aprimoramento das competências e do conhecimento técnico na empresa.

DIMENSÃO REGIONAL E TERRITORIAL

O fortalecimento da dimensão territorial como elemento de planejamento e operação do BNDES é um desafio contínuo que tem sido enfrentado pelo Banco em sua missão de “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais”, em especial pela extensão e a diversidade econômica, sociocultural e ambiental do Brasil. Em 2014, diversas iniciativas institucionais foram conduzidas nessa direção, na busca por incorporar essa diversidade, além das escalas territoriais, às ações do BNDES.

O Banco mantém operações em todos os estados brasileiros e com diversos municípios e adota diferentes escalas para o trato do desenvolvimento regional. Programas específicos contribuem para o aperfeiçoamento da infraestrutura local e para o desenvolvimento regional com melhoria da qualidade de vida da população e da implantação de infraestrutura de suporte de atividades econômicas.

Outra escala de atuação local e regional é a do entorno dos projetos que conta com diferentes instrumentos de apoio e integra a abordagem de desenvolvimento territorial sustentável em função do financiamento de atividades econômicas (gráfico Linha ISE abaixo).

Instituindo uma nova escala de atuação, foi aprovada a criação do Departamento Regional do Norte, a ser implantado em Belém (PA) para a maior aproximação do Banco com a Região Amazônica, confirmando seu papel como promotor do desenvolvimento econômico, social e ambiental, em escala regional. A base para a criação dessa representação regional, que terá como principal objetivo a dinamização econômica endógena da Região Norte e da Amazônia Legal, foi a inclusão do recorte territorial como unidade de planejamento e ação, combinado com outros recortes setoriais e temáticos tradicionalmente utilizados pelo BNDES.

Entre os instrumentos de atuação do BNDES no entorno de grandes empreendimentos, destaca-se, em 2014, a elaboração da Agenda de Desenvolvimento Territorial do Xingu (ADT Xingu), realizada no contexto de implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (abaixo). Esse foi um importante passo na busca pelo fortalecimento do olhar territorial em projetos de grande envergadura. Essa agenda é uma das aplicações práticas da Política de Atuação em Entornos de Grandes Projetos, na qual a atuação do BNDES se dá sempre em articulação com os parceiros estratégicos – empresas, poder público, entidades e sociedade civil, a fim de aproveitar oportunidades e minimizar impactos negativos nas áreas de influência dos projetos.

Para avançar na incorporação do olhar territorial em suas diferentes escalas e nos níveis tático, operacional e estratégico, o BNDES estabeleceu, como um projeto prioritário para 2015, a consolidação de sua Política de Desenvolvimento Regional e Territorial.

Como benefício desse projeto, espera-se reforçar e ampliar a capacidade do BNDES para identificar oportunidades de investimentos nos territórios priorizados, por meio de uma atuação coordenada, tanto internamente quanto em conjunto com outros agentes públicos e privados.

Ainda sobre a questão regional e territorial, vale registrar o lançamento dos livros da coleção Um Olhar Territorial para o Desenvolvimento, com volumes dedicados a cada uma das cinco macrorregiões do país. Mais informações na seção Geração de conhecimento.

SOCIOAMBIENTAL

As questões sociais e ambientais sempre estiveram presentes na atuação do BNDES, que orienta suas ações com base em políticas públicas e atualiza suas frentes de trabalho conforme a evolução de conceitos, de práticas e dos desafios para o desenvolvimento, nos contextos nacional e internacional.

O BNDES financia projetos com objetivos predominantemente sociais ou ambientais e também conta com produtos e instrumentos de 5 apoio a outros setores, com condições financeiras que podem ser diferenciadas em função de padrões de sustentabilidade.

Visando aprimorar sua atuação, o Banco acompanha os indicadores de apoio ao desenvolvimento social e à economia verde, formulados para aferir os esforços em sua atuação socioambiental. Eles também permitem a comparação com outras instituições financiadoras de desenvolvimento nacionais e internacionais e demonstram a ampliação da atuação socioambiental da instituição (gráficos abaixo).

Entre os focos ambiental e social específicos, destaca-se a ampliação consistente do apoio a 4 iniciativas voltadas à preservação de importantes regiões naturais do planeta e ao aumento da eficiência energética no país, por meio do Fundo Amazônia, do Fundo Social Iniciativa BNDES Mata Atlântica e do Fundo Clima.

O Banco também aborda as dimensões social e ambiental na concessão de apoio financeiro a projetos de diferentes setores. No processo de avaliação, na forma direta e indireta não automática, o Banco observa a conformidade socioambiental, com estrito rigor ao cumprimento da legislação brasileira e do licenciamento ambiental por parte das empresas; avalia o risco ambiental do projeto; e induz o aprimoramento dos investimentos e da gestão das empresas na dimensão socioambiental.

Essa abordagem visa não só aumentar a competitividade dos negócios, mas também reforçar os potenciais impactos sociais e ambientais positivos do projeto, com inclusão social e respeito e valorização dos ativos ambientais.

Em 2014, 620 pedidos enquadrados foram passíveis de classificação ambiental. Os gráficos abaixo mostram o perfil de risco ambiental da carteira de enquadramento.

O BNDES apura o volume de interações com clientes em relação a riscos e oportunidades ambientais e sociais. Para essa análise, adota como critério o conjunto de operações diretas em que a interlocução sobre os aspectos socioambientais do projeto ocorre com mais intensidade – operações classificadas com maior potencial de risco ambiental, ou seja, categoria A, ou operações diretas em que houve fomento à Linha de Investimentos Sociais de Empresas (ISE). Considerando esse critério, a interlocução em relação a riscos e oportunidades ambientais e sociais, em 2014, ocorreu com 106 empresas.Indicador GRI 7

Vale sublinhar a importância da Linha de Investimentos Sociais de Empresas, ferramenta que, com condições financeiras diferenciadas, estimula as companhias a adotarem práticas socialmente responsáveis, que incluem investimentos adicionais e não obrigatórios por força da lei, tais como: formação de mão de obra especializada nas comunidades locais, investimentos na infraestrutura local e em educação e saúde, bem como estímulo a novas atividades econômicas (gráfico abaixo).

O BNDES também produz e divulga conhecimento socioambiental específico. Em 2014, foram publicados três guias socioambientais para os setores sucroenergético, pecuária de corte e água e esgoto. Esses guias têm por objetivo orientar a análise de projetos na dimensão socioambiental. Nesse sentido, sistematizam o conhecimento disponível na instituição acerca dos aspectos e impactos socioambientais do setor e das melhores práticas disponíveis para elevação de seu patamar de sustentabilidade.

É importante destacar ainda que, nesse ano de 2014, foi concluído o Projeto Corporativo Gestão da Sustentabilidade. Sua entrega principal foi a constituição do Comitê de Sustentabilidade Socioambiental (CSS), que promoverá a integração das dimensões social e ambiental às políticas, processos, práticas e procedimentos do Banco, em linha com a sua Política de Responsabilidade Social e Ambiental e a Resolução CMN 4.327/2014, que dispõe sobre a responsabilidade social e ambiental de instituições financeiras. Mais informações abaixo e na seção Práticas de gestão.

SÉRIE DE DESEMBOLSOS PARA INOVAÇÃO* (em R$ bilhões)
AnoFinepTotal
201001,4
20111,0 2,7
20121,13,3
20131,9 5,2
20142,05,9
inovacao_socioambiental_regional_grafico_desembolsos_inovacao

*Os desembolsos realizados por meio da Finep Inovação e Pesquisa são parte do valor total do BNDES.


SÉRIE DE DESEMBOLSOS POR REGIÃO(em R$ bilhões)Indicador GRI 3
AnoNorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste
201011,717,298,030,111,4
201110,918,868,229,711,3
201213,321,072,429,120,1
201313,825,787,043,120,9
201414,024,489,438,421,6
inovacao_socioambiental_regional_grafico_desembolsos_regiao
SÉRIE DE DESEMBOLSOS PARA ECONOMIA VERDEIndicador GRI 5(em R$ bilhões)
201018,0
201118,5
201220,8
201324,7
201428,3
SÉRIE DE DESEMBOLSOS PARA DESENVOLVIMENTO SOCIALIndicador GRI 4(em R$ bilhões)
201011,1
20118,9
201218,2
201321,9
201425,9
COMPOSIÇÃO DOS DESEMBOLSOS PARA DESENVOLVIMENTO SOCIALIndicador GRI 4(em R$ bilhões)

inovacao_socioambiental_regional_grafico_desembolsos_verde_social
inovacao_socioambiental_regional_grafico_composicao_desembolsos_social Educação (2,6%) Inclusão produtiva (0,2%) Gestão pública (0,6%) Desenvolvimento urbano e regional (86,4%) Responsabilidade social (0,9%) Outros (0,2%) Saúde (9,1%)

*Os indicadores de Economia verde e de Desenvolvimento social foram aprimorados com a identificação mais apurada do que anteriormente era classificado como “outros” e com a inclusão das operações realizadas via Cartão BNDES.



COMPOSIÇÃO DOS DESEMBOLSOS PARA ECONOMIA VERDE EM 2014*Indicador GRI 5
inovacao_socioambiental_regional_grafico_composicao_desembolsos_verde Hidrelétricas (acima de 30 MW) (25,6%) Melhorias agrícolas (1,3%) Outros (0,2%) Florestas (4,1%) Transporte público de passageiros (18,9%) Transporte de carga (ferroviário e marítimo) (12,9%) Adaptação a mudanças climáticas e gestão de riscos de desastres (1,5%) Energias renováveis e eficiência energética (27,8%) Gestão da água e esgoto (5,4%) Gestão de resíduos sólidos (2,3%)
PERFIL DE RISCO AMBIENTAL DA CARTEIRA CLASSIFICADAIndicador GRI 1
inovacao_socioambiental_regional_grafico_risco_ambiental

Em valor

A58%
B28%
C14%

Em quantidade de projetos

A14%
B50%
C36%
  • A - Atividade relacionada a riscos de impactos ambientais significativos ou de alcance regional
  • B - Atividade associada a impactos ambientais mais leves ou locais
  • C - Atividade não apresenta, em princípio, risco ambiental


LINHA INVESTIMENTOS SOCIAIS DE EMPRESAS (ISE)Indicador GRI 7
AnoDesembolsos em milhões de reaisNúmero de operações
201063,839
2011104,255
2012185,288
2013154,1104
2014232,6146
inovacao_socioambiental_regional_grafico_ise

CRIATEC III

CRIATEC III

Na modalidade fundos de investimento, o BNDES iniciou o processo de seleção de gestores do Criatec III, o terceiro fundo voltado a investimentos em capital semente. Com previsão de início para 2015, ele terá prazo total de dez anos, patrimônio comprometido estimado em R$ 200 milhões e investirá em empresas inovadoras com faturamento de até R$ 12 milhões que atuem prioritariamente nos setores de tecnologias da informação e comunicação, biotecnologia, novos materiais, nanotecnologia e agronegócios. O objetivo do fundo é apoiar o desenvolvimento de ecossistemas de inovação, a implantação de melhores práticas de governança e gestão e a difusão das culturas empreendedora e de capital de risco. A participação da BNDESPAR poderá chegar a até 80%.Glossário

PROGRAMA BNDES PRODESIGN

PROGRAMA BNDES PRODESIGN

O programa completou seu primeiro ano de vigência com aprovações da ordem de R$ 144 milhões. Ele foi criado com a premissa de que o eixo inovação-design-moda-marketing ocupa posição relevante na estratégia competitiva de determinados segmentos industriais, ao lado da logística e do controle dos canais de venda.

O sucesso do programa resultou no recebimento dos seguintes prêmios: 4º Brasil Design Award, categoria Instituição de Apoio ao Design, oferecido pela Associação Brasileira de Empresas de Design e pelo Centro Brasil de Design; e Medalha do Mérito ABIT 2014, categoria Instituições Públicas, concedida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT).

MODA

MODA

A Valisere, do grupo Rosset, atua na produção e comercialização de artigos têxteis de moda íntima e de moda praia. A empresa identificou a necessidade de renovação de suas marcas, criando um posicionamento mais fashion para conquistar novas consumidoras. O BNDES, em parceria com o Banco Safra S.A., está apoiando, por meio do BNDES Prodesign, o processo de desenvolvimento de novas coleções, que inclui pesquisa de tendências, desenvolvimento de produtos, confecção de mostruários, produção de primeira tiragem e marketing.

ETANOL

ETANOL

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) recebeu aporte de R$ 300 milhões da BNDESPAR para apoio a pesquisa e desenvolvimento e a comercialização de novas variedades de cana-de-açúcar. Em outra operação com a empresa, no valor de R$ 71 milhões, o Banco está financiando projeto de construção de uma planta de demonstração de etanol de segunda geração (2G), produzido a partir do bagaço e da palha da cana, resíduos da produção do etanol convencional.

A Abengoa Bioenergia também recebeu apoio do Banco para projeto de etanol de segunda geração. A empresa vai construir a terceira planta industrial de produção de etanol 2G do Brasil – que será também a terceira a receber recursos do BNDES. O projeto, desenvolvido no município de Pirassununga (SP), ampliará a capacidade de produção de etanol da Usina São Luís em 64 milhões de litros. O valor do financiamento é de R$ 310 milhões.

O apoio às duas empresas ocorre no âmbito do Plano Conjunto BNDES-Finep de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS), iniciativa que tem por finalidade fomentar o desenvolvimento e a produção pioneira de tecnologias industriais para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. No âmbito do PAISS, 35 planos de negócios foram selecionados, os quais geraram cerca de R$ 1,6 bilhão em operações contratadas pelo BNDES.

PLANO INOVA EMPRESA

PLANO INOVA EMPRESA

Tendo o BNDES e a Finep como agentes executores, o plano criado pelo Governo Federal em 2013 lançou nove editais de chamada para projetos de desenvolvimento de tecnologias em áreas estratégicas, em conjunto com outras instituições do país, como ministérios, empresas e agências reguladoras. Esse plano contou também com outras ações de fomento, resultando em uma carteira no BNDES de R$ 27,8 bilhões, dos quais R$ 16,6 bilhões já foram contratados.

PROGRAMA BNDES MPME INOVADORA

PROGRAMA BNDES MPME INOVADORA

Esse programa foi lançado com o objetivo de aumentar a competitividade das micro, pequenas e médias empresas (MPME) brasileiras, financiando os investimentos necessários à introdução de inovações no mercado. Parte dos recursos do BNDES MPME Inovadora também poderá ser direcionada para capital de giro puro, necessário ao fortalecimento financeiro das empresas inovadoras.

Para pleitear os empréstimos, as companhias devem atender a um dos requisitos listados no regulamento do programa, que funcionam como um qualificador de seu caráter inovador. Ela precisa, por exemplo, ter realizado investimentos em serviços tecnológicos por meio do Cartão BNDES ou estar localizada em parques tecnológicos e/ou incubadoras.


TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

A Zenvia, empresa de serviços para dispositivos móveis, entrou para a carteira da BNDESPAR. O aporte de R$ 35,5 milhões está relacionado ao desenvolvimento de novas tecnologias e à expansão dos negócios da empresa. Com o apoio, o Banco pretende contribuir para que a companhia alcance patamar de faturamento e rentabilidade que permitam a abertura de capital.

PETRÓLEO E GÁS

PETRÓLEO E GÁS

O Inova Petro selecionou, em seu segundo edital de seleção pública, nove planos de negócios de empresas que contemplam projetos de inovação aplicados ao setor de petróleo e gás, num montante de R$ 185 milhões. A iniciativa faz parte de um plano de ação conjunta do BNDES, da Finep e da Petrobras e, nesse edital, contou com quatro linhas temáticas: processamento de superfície, instalações submarinas, poço e reservatórios.

AGROPECUÁRIA

AGROPECUÁRIA

O BNDES opera com instrumentos de apoio específicos para o desenvolvimento de inovação na produção agrícola e na indústria alimentícia, tais como os programas Inova Agro e Inovagro. Em 2014, o Banco enquadrou R$ 50 milhões em operações no âmbito dos referidos programas. Um exemplo é o apoio a Safeeds para a fabricação de aditivos para alimentação do gado, como o hidratante energético e vitamínico efervescente – um concentrado que combate a desidratação e o déficit de energia de animais ruminantes. Espera-se que, além de garantir a capacidade nacional de suprir a necessidade alimentar do rebanho brasileiro, a produção interna consiga competir com produtos similares de empresas estrangeiras.

VEÍCULOS ELÉTRICOS

VEÍCULOS ELÉTRICOS

Ainda incipiente, a difusão dos veículos híbridos e elétricos requererá investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, além da capacitação dos fabricantes da cadeia automotiva em face das novas tecnologias. Esse segmento é prioritário para o BNDES. Em 2014, um projeto de desenvolvimento de tecnologias para gestão e armazenamento de energia com aplicação em veículos elétricos teve financiamento aprovado. Ele será desenvolvido pelo CPqD, centro de pesquisa especializado em soluções de tecnologia da informação e comunicação, em parceria com a Electric Dreams, empresa que aposta no segmento.

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE

O BNDES contabilizou mais de R$ 250 milhões em financiamentos aprovados para projetos de desenvolvimento tecnológico e inovação no segmento em 2014. Por ampliar as possibilidades de tratamento de diversas enfermidades, a biotecnologia moderna é a rota tecnológica de fronteira desse complexo e, desde 2011, é mantida como foco de atuação do Banco. Nesse ano de 2014, destaca-se o apoio de R$ 6 milhões com recursos do BNDES Funtec para o desenvolvimento de um novo tratamento a partir de células-tronco para uma doença cardiovascular chamada angina refratária, uma parceria entre o Instituto de Cardiologia de Laranjeiras e a empresa de base tecnológica CellPraxys.

ADT XINGU

ADT XINGU

O objetivo básico da Agenda de Desenvolvimento Territorial do Xingu foi o de auxiliar na promoção das oportunidades de desenvolvimento econômico, social, ambiental e institucional na região do Xingu, mediante a proposta coordenada de ações e investimentos de diversas naturezas, priorizados com base no planejamento e na pactuação territorial, assim como na atuação integrada dos agentes locais e regionais. O trabalho foi desenvolvido em razão da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e teve como referência o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX).

A ADT do Xingu começou a ser elaborada em setembro de 2013, com recursos do BNDES Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP). A agenda foi construída com a participação de representantes dos governos federal, estadual e municipal, de organizações não governamentais, da sociedade civil e de instituições de ensino e pesquisa, tendo o Consórcio Viva Xingu como responsável pela condução do processo.

Desse trabalho conjunto, concluído em dezembro de 2014, foram gerados quatro relatórios principais, quais sejam:

  • Subsídios ao Planejamento do Comitê Gestor do PDRSX: contém os resultados do diagnóstico da região, a identificação dos principais problemas e a sugestão preliminar das iniciativas para compor a Carteira Estratégica de Iniciativas, objeto do relatório seguinte.
  • Carteira Estratégica de Iniciativas (CEI): apresenta um conjunto orgânico de iniciativas (ações, estudos, projetos, programas ou obras) proposto para a região do Xingu e previsto para início em curto e médio prazos, orientado por visões de futuro e objetivos estratégicos a serem alcançados no território, no longo prazo.
  • Concepção do Sistema de Monitoramento: apresenta o delineamento dos métodos e das formas de acompanhamento da implantação da CEI, mediante o monitoramento de uma série de indicadores, com potencial de avaliar os resultados da efetiva implantação das iniciativas recomendadas pela carteira.
  • Modelo de Governança: contém a proposta de um conjunto de ações, executadas dentro de uma estrutura jurídico-política e administrativa já existente e voltadas para a promoção do desenvolvimento territorial. O formato da governança sugerido procura atender, também, à demanda por novas iniciativas de ações no território, que serão analisadas e selecionadas pelos atores do território para se alinharem às iniciativas da CEI, sempre com o objetivo de concretizar o desenvolvimento pretendido.

AGROECOLOGIA

AGROECOLOGIA

Com abrangência em toda a cadeia de produção agropecuária o BNDES apoia, com recursos do BNDES Fundo Social, iniciativas agroecológicas. A Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), por exemplo, é uma tecnologia social que propicia a geração de renda e melhoria da qualidade de vida para o agricultor familiar. No âmbito do crédito rural, por meio do Programa ABC, são apoiadas, entre outras atividades, a recuperação de pastagens e, por meio do Pronaf Eco, são financiados investimentos em técnicas que diminuem o impacto causado pela atividade rural ao meio ambiente.

RESOLUÇÃO CMN 4.327/2014

RESOLUÇÃO CMN 4.327/2014

Um fato relevante para a abordagem da temática socioambiental foi a promulgação dessa resolução, que dispõe sobre a responsabilidade social e ambiental de instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Esse normativo contém, além de outras questões, obrigações e orientações quanto à implementação da Política de Responsabilidade Social e Ambiental e à governança do tema. O BNDES está alinhado às diretrizes da resolução e reconhece a relevância do trato dessas questões pelas instituições financeiras, Banco Central e Conselho Monetário Nacional.

RESÍDUOS SÓLIDOS

RESÍDUOS SÓLIDOS

O plano de investimento da Essencis Soluções Ambientais, apoiado pelo Banco, incluiu a Central de Tratamento de Resíduos e Valorização Ambiental de Caieiras (SP), o maior empreendimento dessa natureza na América Latina, com uma área de 3,5 milhões de m2, sendo 43% cobertos com vegetação nativa. O complexo oferece soluções para tratamento de resíduos perigosos e não perigosos, como aterros sanitários, laboratórios, manufatura reversa, recuperação de metais e outras.

Em 2014, outro destaque de projeto de resíduos sólidos foi o financiamento à implantação de aterro na cidade de Rosário, na região metropolitana de São Luiz (MA). Além disso, com o Plano Inova Sustentabilidade, iniciativa conjunta do BNDES e da Finep, foram aprovados planos de negócios relacionados a tratamento de resíduos, trazendo diversas tecnologias inovadoras para aproveitamento energético desses materiais, como do lodo de estações de tratamento de esgoto para a produção de biogás.

CONCESSÃO DE FLORESTAS

CONCESSÃO DE FLORESTAS

O BNDES vem apoiando o Serviço Florestal Brasileiro na estruturação dos editais para a concessão das florestas nacionais de Itaituba I e II, no Pará, visando ao manejo florestal sustentável. Trata-se de uma forma eficaz de conservação da floresta aliada à exploração econômica racional e sustentável dos recursos madeireiros naturais, gerando desenvolvimento para as populações locais e inibindo as atividades ilegais.

INPE

INPE

O projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia, apoiado com recursos do Fundo Amazônia, auxiliará o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no monitoramento ambiental por satélites, em estudos e mapeamento dos usos e cobertura da terra e na produção de dados sistemáticos sobre o desmatamento e a degradação florestal em toda a Região Amazônica. Considerando o potencial de compartilhamento dos resultados do projeto, irá, também, contribuir para o monitoramento ambiental em outras regiões e biomas brasileiros, assim como outros países tropicais. Mais informações sobre o Fundo Amazônia na seção Inclusão social e produtiva.

INVESTIMENTOS SOCIAIS DE EMPRESAS

INVESTIMENTOS SOCIAIS DE EMPRESAS

INFRAESTRUTURA

Foram aprovados no ano 34 projetos sociais, o que equivale a R$ 98 milhões, para ações nos entornos de projetos de infraestrutura. Entre eles, destacase a ação coordenada de elaboração e implantação de projetos sociais de cinco grupos controladores de usinas eólicas no Rio Grande do Norte. A iniciativa prevê a utilização da Linha de Investimentos Sociais de Empresas em investimentos nos entornos das usinas nos municípios de João Câmara e Parazinho. Nas duas cidades, distantes 40 km entre si, aproximadamente 60% da população é considerada pobre. Ressalte-se que a iniciativa otimiza a aplicação de recursos, pois evita a sobreposição de projetos semelhantes das empresas.

CELULOSE

A implantação de uma unidade de produção de 1,5 milhão de toneladas/ano de celulose, em Ortigueira (PR), com início de produção previsto para o primeiro trimestre de 2016, terá investimento total de R$ 7,7 bilhões e apoio do BNDES de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 21 milhões para investimentos sociais. Com esse projeto, a Klabin pretende diferenciar-se dos concorrentes por oferecer, além da celulose brasileira, de qualidade mundialmente reconhecida, um amplo portfólio de produtos de papéis. O projeto apresenta expectativa de conteúdo local acima da média dos últimos projetos do setor, além de vantagem competitiva em relação à logística. A nova fábrica será autossuficiente em energia e ainda gerará energia excedente a ser vendida ao mercado.

MINERAÇÃO

Os projetos Salobo e S11D da Vale contam com o apoio do BNDES para realização de mais de R$ 35 milhões em investimentos sociais para desenvolvimento e elevação da qualidade de vida de comunidades no Pará, tais como treinamento e capacitação de mão de obra e fornecedores locais, e construção, reforma e ampliação de escolas, centros comunitários e unidades de saúde. O Salobo é um projeto de exploração e beneficiamento de cobre e o S11D, que teve apoio de R$ 6,2 bilhões do Banco contratado em 2014, visa à expansão das atividades no complexo minerário de Carajás por meio de investimentos em logística e da instalação de nova mina e nova usina. Outro importante destaque desse último projeto é a responsabilidade ambiental: inovações (longas correias transportadoras e beneficiamento a seco) permitiram evitar a supressão de grandes áreas de vegetação e a utilização de barragens de rejeitos, em geral presentes em operações tradicionais de mineração.

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Uma iniciativa de responsabilidade social da Libbs Farmacêutica está promovendo a informatização do sistema público de atenção básica à saúde do município de Embu das Artes (SP), com a implementação da plataforma e-SUS e de sistemas de avaliação de risco e triagem. O objetivo é reduzir o tempo de espera dos usuários e otimizar o atendimento nas unidades públicas de saúde. O projeto conta com financiamento de R$ 2,6 milhões.