Com condições de financiamento favoráveis em relação aos prazos e custos financeiros, nosso apoio tem contribuição decisiva para a ampliação e a melhoria dos serviços públicos de energia, logística, mobilidade urbana e saneamento ambiental. Os investimentos apoiados abrangem projetos de geração hídrica, eólica, térmica, nuclear e a partir de biomassa; transmissão e distribuição de energia; rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, terminais e armazéns; saneamento; e aprimoramento de vias urbanas e sistemas de transporte de alta e média capacidade.
A expansão dos investimentos em infraestrutura, um de nossos objetivos estratégicos, é capaz de impulsionar a retomada do crescimento da economia brasileira, promovendo melhoria da qualidade de vida da população, integrando regiões e aumentando a competitividade e a produtividade de empresas em todas as atividades econômicas. Em 2015, desembolsamos R$ 29,4 bilhões para projetos de financiamento em energia e logística e
R$ 10,4 bilhões em mobilidade urbana e saneamento.
Fomos também, em 2015, o principal agente financiador do Programa de Investimento em Logística (PIL), do Governo Federal, que busca a modernização da infraestrutura de transportes do país e já está em sua terceira etapa. No escopo desse programa, em 2015 foram aprovados financiamentos a duas rodovias em trechos importantes para a agroindústria e o comércio atacadista brasileiros em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, e entraram em fase de conclusão os desembolsos para os projetos dos aeroportos de Brasília, de Guarulhos e Viracopos.
Mercado de capitais
fundingdebênturesDEBÊNTURESTítulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por empresas, em que o detentor, o debenturista, passa a ser credor da empresa.FUNDINGCorresponde à mobilização de recursos de terceiros via mercado de capitais ou mercado bancário com prazo de amortização compatível ao prazo de maturação do investimento que se pretende implantar.
No apoio a planos de negócios de companhias brasileiras de capital aberto, é interessante destacar a subscrição e integralização pela BNDESPAR de R$ 1,04 bilhão de debêntures simples conjugadas a bônus de subscrição de emissão da Energisa S.A.
O objetivo da operação foi reforçar a estrutura de capital da companhia visando viabilizar a modernização e expansão de suas controladas operacionais de distribuição de energia elétrica, que atendem hoje a cerca de seis milhões de unidades consumidoras (7% da população brasileira). O investimento da BNDESPAR possibilitará a ampliação da rede e a melhoria da qualidade de fornecimento de energia nas áreas atendidas pela empresa, diminuindo a frequência de interrupções e o tempo de atendimento.
renda variávelRENDA VARIÁVELOperações financeiras que utilizam valores mobiliários, nas quais a remuneração não é conhecida no momento da aplicação.
Saneamento básico
Em 2015, foi disponibilizado relatório de estudo técnico sobre a universalização dos serviços de saneamento básico no estado de Sergipe. Apoiado com R$ 2 milhões não reembolsáveis no âmbito do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP), o estudo foi desenvolvido em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O projeto teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica e a implantação de possíveis parcerias público-privadas, entre outras opções, para a adequada prestação de serviços de saneamento básico no estado.
Também nesse ano, contratamos operação no valor de R$ 295,6 milhões para financiamento das obras de expansão dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos municípios de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, todos localizados no estado do Rio de Janeiro. Esse é o terceiro contrato de financiamento celebrado com a concessionária Prolagos. Os investimentos apoiados até o momento contribuíram para elevar o índice de 30% de abastecimento de água em 1998 para 93% em 2015 e construir integralmente o sistema de esgotamento sanitário da região, que atualmente tem 76% dos seus efluentes tratados.
O novo projeto irá proporcionar maior segurança ao sistema, que hoje opera no limite de sua capacidade em virtude do forte crescimento da região e possibilitará que a concessionária local atinja a meta estabelecida de 80% de esgotos tratados em 2018. Além de ampliar a cobertura e a eficiência dos serviços de água e esgoto, serão proporcionados benefícios adicionais à população, dentre os quais se destacam a despoluição da Lagoa de Araruama e o projeto Produzindo o Futuro, idealizado pela concessionária e apoiado por meio da Linha de Investimentos Sociais de Empresas (Linha ISE). O objetivo do projeto é formar 550 alunos locais em cursos profissionalizantes e capacitar 120 líderes comunitários em políticas públicas.
Energia renovável
No setor de energia, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade, é importante citar nosso apoio à energia eólica , cujo desempenho da carteira de projetos teve grande relevância no ano de 2015, com expansão de mais de 80% no volume de desembolsos em relação ao ano anterior. Em relação à energia solar, foram realizados dois leilões com nossa participação, que irão resultar em um acréscimo de 1.763 MW de potência da matriz nacional.
Seguindo o caminho da metodologia para credenciamento e apuração de conteúdo local de aerogeradores, que visa apoiar a cadeia de fornecedores e suprimentos no setor de energia eólica, elaboramos em 2015 a metodologia de credenciamento e apuração de conteúdo local de módulos e sistemas fotovoltaicos, com o objetivo de estimular o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores locais de equipamentos para o segmento e propiciar a criação de empregos mais qualificados. A metodologia estabelece regras específicas para o credenciamento de equipamentos dotados de tecnologia fotovoltaica, com a exigência de nacionalização progressiva de componentes e processos específicos ao longo do período de implantação do plano.
Além dessas metodologias, ainda buscando o fortalecimento da indústria brasileira de fornecedores, temos atuado também por meio da elaboração de estudos e do fomento de novas operações. Em 2015, o projeto corporativo relacionado ao desenvolvimento de fornecedores de bens e serviços aprofundou diagnósticos e mapeamentos de oferta e demanda nas cadeias de energia eólica e solar e identificou oportunidades de atuação com fornecedores ligados à geração hídrica e transmissão.
Outro esforço para a ampliação da participação das energias renováveis na matriz energética nacional que pode ser destacado é o investimento na produção de gás obtido pela decomposição dos resíduos orgânicos de aterros sanitários (o chamado biogás). Em 2015, apoiamos a implantação de duas usinas térmicas movidas a biogás. Implementadas pelo grupo Solví, a Usina de Caieiras (SP) e a Usina Minas do Leão (RS), com 29,5 MW e 8,6 MW de potência instalada, respectivamente, receberam, juntas, apoio de R$ 100 milhões.
Sob o aspecto energético, o biogás destaca-se por pelo menos três méritos: geração próxima aos pontos de consumo, com redução de perdas por transmissão e distribuição; uso de fonte alternativa, que contribui para consolidar tecnologia ainda pouco utilizada e diversificar a matriz energética; e confiabilidade e estabilidade de geração, em razão da baixa sazonalidade. Também para o meio ambiente essa fonte traz benefícios: a remuneração pela venda do biogás incentiva o dono do aterro a aumentar a eficiência da captura e transporte do produto; e a introdução, na matriz energética, de uma fonte renovável com efeito emissor nulo é positiva do ponto de vista do efeito estufa.
Desenvolvimento social
Apoiamos projetos que resultam em impacto direto na melhoria das condições de vida da população brasileira. Por meio de estudos e parcerias público-privadas (PPP), contribuímos para a implementação de serviços essenciais e projetos que transformam a realidade das comunidades apoiadas.
Em 2015, podemos destacar alguns projetos de PPPs na área da saúde. Um deles é o Centro de Diagnóstico por Imagem da Bahia, estruturado em parceria com o International Finance Corporation (IFC).
Trata-se de uma PPP pioneira, cujo contrato já foi assinado e que tem por objetivo incrementar a qualidade e a eficiência dos serviços de telemedicina, diagnóstico e bioimagem prestados na rede pública de saúde do estado. Outro projeto foi a licitação de uma PPP para a requalificação da rede de atenção primária à saúde do município de Belo Horizonte, para os quais desenvolvemos estudos de viabilidade também em conjunto com o IFC. O consórcio vencedor será responsável por investir até R$ 407,7 milhões para construir e equipar até 77 centros de saúde, além de uma central de material esterilizado e lavanderia. Também serão transferidos ao concessionário, por vinte anos, serviços não essenciais, como manutenção, limpeza e segurança.
Nesse contexto, também é interessante destacar o prêmio recebido por uma PPP que apoiamos no United Nations Public Service Day and Awards (UNPSA 2015), promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Estruturada em parceria com o IFC e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a parceria do Hospital do Subúrbio de
Salvador (HS) foi reconhecida com o segundo lugar na categoria Improving the Delivery of Public Services referente a América Latina e Caribe. Em quatro anos de funcionamento, este foi o quarto prêmio internacional recebido pelo HS, que atende a cerca de um milhão de pessoas da região metropolitana da Bahia e foi o primeiro hospital a funcionar por meio de uma PPP no Brasil.
No financiamento a projetos de infraestrutura, também buscamos fomentar a sustentabilidade socioambiental e o desenvolvimento regional por meio da Linha de Investimentos Sociais de Empresas (Linha ISE). Em 2015, por exemplo, foram aprovados 55 projetos sociais, o que equivale a R$ 109 milhões financiados para ações no entorno dos projetos de infraestrutura.
Apoio à cadeia produtiva
É relevante ainda mencionar os bons resultados da atual metodologia para credenciamento e apuração de conteúdo local de aerogeradores, que visa o apoio à cadeia de fornecedores e suprimentos no setor de energia eólica. Em 2015, todos os fabricantes credenciados atingiram o requisito final de nacionalização previsto na metodologia, dando início à fabricação de partes e componentes relevantes, como naceles, geradores, inversores, fundidos de grande porte, entre outros antes importados.
Nesse contexto, destaca-se nosso apoio à implantação de três novas unidades fabris em elos intermediários da indústria de aerogeradores, considerados mais frágeis e potenciais gargalos dessa cadeia produtiva. Em 2015, as novas instalações das empresas ST Metals, Iraeta e Engebasa entraram em funcionamento no Complexo de Suape (PE) e nos municípios de Jaguariúna (SP) e Rio Grande (RS), dedicando-se, respectivamente, às atividades de usinagem e pintura de grandes peças e componentes eólicos, à fabricação de flanges e à confecção de torres metálicas.
O apoio à fabricante Vestas também merece destaque. Nesse período, a empresa concluiu os procedimentos exigidos para o seu credenciamento no âmbito da referida metodologia e realizou a construção de sua fábrica para montagem de naceles e tubos, além de ter efetuado desenvolvimento e credenciamento de seus fornecedores de pás e torres e de todos os componentes do cubo e da tabela de naceles, o que representa um efetivo ganho para o setor nacional.
Impactos sociais
É importante ressaltar o impacto regional e social desses projetos, uma vez que a maior parte deles está sendo implantada na região do semiárido do Nordeste, a exemplo do oeste da Bahia, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, abrindo novas perspectivas de geração de emprego e renda nessas localidades. Além disso, há nos financiamentos a utilização de subcrédito social por meio da Linha ISE, que prevê investimentos sociais e ambientais no entorno das usinas.
Nesse aspecto, destacamos a ação coordenada de elaboração e implantação de projetos sociais de alguns empreendimentos de geração eólica do semiárido nordestino, colaborando de forma importante para a sustentabilidade social da região. Por meio da Linha ISE, financiamos, nos municípios de Trairi e Amontada, no Ceará, uma ação conjunta de cinco empresas envolvendo projetos de geração de emprego e renda, capacitação profissional, saúde e saneamento voltados para a população menos favorecida da região. A iniciativa conjunta evita a sobreposição de projetos semelhantes pelas empresas e, com isso, otimiza os recursos e amplia o alcance das ações realizadas.
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT Carioca):
Modal de média capacidade que contribuirá para a melhoria da mobilidade na região central e portuária e para a consolidação do conceito de rede de transporte integrada.
Linha 4 do Metrô Rio:
Expansão da rede metroviária que permitirá retirar de circulação, diariamente, cerca de dois mil veículos, contribuindo para a melhoria do trânsito e da poluição ambiental.
Extensão da Via Expressa do Porto Maravilha e construção da Via Expressa Transolímpica:
A primeira via, de quase 7 km de extensão, deverá contribuir para a revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, atraindo novos moradores e empresas para a região, incrementando o turismo e valorizando o patrimônio histórico e cultural. A segunda, com 13 km, irá possibilitar a redução pela metade do tempo de viagem entre os bairros de Deodoro e Recreio dos Bandeirantes e o atendimento à demanda prevista de 110 mil passageiros por dia.
BRT Transoeste – Lote 0 e ligação BRT Transolímpica-BRT Transbrasil:
Implantação de corredores exclusivos para ônibus articulados (BRT). O primeiro, com 6,4 km de extensão, possibilitará a redução pela metade do tempo de viagem entre os bairros de Santa Cruz e Barra da Tijuca, atendendo à demanda prevista de 220 mil passageiros por dia. O segundo, uma conexão viária de 3 km entre os corredores do BRT Transolímpica e do BRT Transbrasil, também terá integração com os trens da Supervia, melhorando assim a mobilidade urbana da região.
Duplicação da Avenida Salvador Allende (entorno do Parque Olímpico) e duplicação do Elevado das Bandeiras:
Os investimentos irão promover a adequação urbanística do entorno do Parque Olímpico e a melhora da infraestrutura viária entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca.
Parque eólico de Osório (RS)
Foto: Acervo BNDES/Alexandre da Silva Pereira
Merece destaque o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, governança associada à implementação dos programas sociais e ambientais da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Instituído por decreto em 2010, o plano tem a finalidade de promover políticas públicas que resultem na melhoria da qualidade de vida da população de sua área de abrangência, que compreende 11 municípios do estado do Pará.
Entre 2013 e 2014, com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP), elaboramos, em parceria com representantes dos governos, de organizações não governamentais, da sociedade civil e de instituições de ensino e pesquisa, a Agenda de Desenvolvimento Territorial do Xingu (ADT), no intuito de auxiliar o Comitê Gestor do PDRS do Xingu a promover oportunidades de desenvolvimento econômico, social, ambiental e institucional na região.
Para a implementação das ações definidas, o plano prevê que a concessionária da usina de Belo Monte, a Norte Energia S.A., destine R$ 250 milhões ao longo da implantação da usina e R$ 250 milhões após sua entrada em operação. A exemplo dos demais investimentos de caráter socioambiental efetuados pela Norte Energia, esses recursos estão entre os investimentos que financiamos para a construção de Belo Monte.
Até dezembro de 2015, os investimentos da concessionária referentes ao PDRS do Xingu atingiram R$ 100 milhões, com ações e projetos já implementados.
Entendemos ser essencial o fomento a investimentos que permitam às empresas brasileiras explorar oportunidades e superar desafios em seus mercados de atuação, possibilitando o desenvolvimento competitivo da economia nacional.
Compreendendo o efeito da restrição de crédito, sobretudo às empresas de menor porte, decorrente do cenário econômico brasileiro em 2015, mantivemos como prioridade o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPME).
Um instrumento que merece destaque nesse esforço de apoio às MPMEs é o Programa BNDES ProBK, que completou um ano em operação, somando R$ 230 milhões entre operações aprovadas e contratadas. Metade dessas operações são com micro, pequenas e médias empresas e mais de 70% com novos clientes, o que também evidencia o empenho de diversificação de nossa carteira.
frontfundingFUNDINGCorresponde à mobilização de recursos de terceiros via mercado de capitais ou mercado bancário com prazo de amortização compatível ao prazo de maturação do investimento que se pretende implantar.
No entanto, alguns avanços importantes nessa vertente de apoio podem ser destacados, como o desenvolvimento de uma linha específica para apoio à exportação de empresas inovadoras. Outro destaque positivo de 2015 refere-se à Linha BNDES Exim Automático, de apoio indireto à exportação. Desde seu lançamento, em 2010, até dezembro de 2015, foram aprovadas 114 operações para cinquenta exportadores brasileiros, que comercializam seus produtos em 13 países da América Latina e da África.
MPMEs
No que tange à priorização do apoio às MPMEs, ressalta-se o avanço do programa BNDES MPME Inovadora, com aprovação, em 2015, de 66 operações, alcançando um valor total de R$ 101,5 milhões. Entre os setores contemplados, o de tecnologia da informação merece destaque, com 31 operações aprovadas.
O Cartão BNDES também apresentou dados bastante expressivos, totalizando, no fim de 2015, um desembolso de R$ 11,25 bilhões, um resultado similar ao de 2014. Em 2015, a novidade ficou por conta do credenciamento do Banco do Nordeste (BNB), a décima instituição financeira a emitir o cartão.
Ainda com a finalidade de ampliar o acesso ao crédito para MPMEs, caminhoneiros autônomos e empreendedores individuais, atuamos por meio do Fundo Garantidor para Investimentos (BNDES FGI), que complementa as garantias oferecidas pelas empresas que, por serem de menor porte, frequentemente encontram dificuldades em atender às garantias exigidas pelas instituições financeiras.
Em 2015, o BNDES FGI contratou mais de 2,7 mil operações, representando R$ 0,46 bilhão em valores financiados. Desse montante, 30% dos desembolsos foram destinados a empresas do Norte e do Nordeste (um aumento de cerca de 50% em relação ao ano anterior). Também nesse ano, 57% das operações do BNDES MPME Inovadora foram viabilizadas por meio de sua garantia. Merece ainda destaque o lançamento do FGI Crédito Livre, modalidade que apoia financiamentos realizados com fontes de recursos distintas ao Sistema BNDES. As primeiras operações contratadas nessa modalidade também foram para projetos de inovação.
Fundos Criateccapital sementePequenas Empresas Grandes NegóciosCAPITAL SEMENTEModelo de investimento destinado ao apoio de empresas e projetos em estágio inicial de operação, buscando viabilizar seu modelo de negócios.Em 2015, a Dot Legend S.A., uma startup carioca que desenvolve aplicativos com foco em compras, marketing e relacionamento para o varejo, foi contemplada com recursos do fundo Criatec II (criado em 2013), com um investimento de R$ 2,5 milhões. Até 2015, o Criatec II já havia aprovado cinco investimentos no total de R$ 10,5 milhões.Também em 2015, em reconhecimento à experiência e aos resultados obtidos pelo Criatec, recebemos o Prêmio Melhores Práticas da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide), na categoria Produtos Financeiros.
fundos de investimentosFUNDOS DE INVESTIMENTOEstruturas societárias constituídas sob a forma de condomínios fechados, que têm por objetivo promover a aplicação coletiva dos recursos de seus participantes a partir da emissão de cotas representativas de seu patrimônio. Tais estruturas reúnem as aplicações de vários indivíduos e as utilizam para o investimento em valores mobiliários, normalmente participações acionárias em empresas.
Esses novos fundos, que também contaram com o comprometimento de R$ 6,2 bilhões de outros investidores, viabilizarão aportes em cerca de sessenta empresas nos próximos quatro anos, tornando nossa carteira via fundos a maior no que se refere a empresas nascentes de tecnologia do país.
ecossistemas de inovaçãocapital de riscoECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃOConjunto de fatores e agentes que contribuem para a inovação, tais como universidades, investidores de risco, pesquisadores, parques tecnológicos e incubadoras de empresas.CAPITAL DE RISCOInvestimentos destinados à aquisição de participações acionárias em empresas em fase acelerada de crescimento e de maior risco, com expectativa de remuneração a partir da distribuição de dividendos ou no ganho de capital decorrente da valorização desses ativos desde sua aquisição até seu efetivo desinvestimento.
Em 2015, realizamos ainda a Segunda Chamada Multissetorial de Fundos, em que foram recebidas trinta propostas de gestores, sendo 17 de venture capital e 13 de private equity. Esperamos selecionar até cinco fundos cujos produtos ou setores de atuação sejam, preferencialmente, infraestrutura, base tecnológica, educação, saúde e economia criativa, além de fundos de impacto social.
Foco na cadeia produtiva
É de nosso entendimento que o aquecimento de determinado setor depende do desenvolvimento de toda sua cadeia produtiva, principalmente a dos fornecedores de bens e serviços necessários à fabricação de determinado produto. Por isso, em segmentos estratégicos, temos trabalhado para fomentar todas as etapas e atores envolvidos no processo de produção, ampliando, dessa forma, a geração de benefícios para a sociedade a partir de um único setor.
No setor de petróleo e gás, por exemplo, nosso apoio em 2015 contemplou toda a cadeia, da exploração e produção à distribuição, com destaque para o apoio à indústria naval. Desembolsamos no ano o valor total de R$ 3,8 bilhões, sendo R$ 3,4 bilhões destinados ao apoio para construção de embarcações de apoio offshore e navios petroleiros e de derivados de petróleo em estaleiros nacionais, por meio de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), e R$ 370 milhões destinados ao apoio ao setor de bens de capital, com destaque para a produção de equipamentos subsea e topside para plataformas de petróleo.
Para a construção de uma indústria nacional e competitiva, também a engenharia é um componente fundamental, sendo especialmente relevante para a cadeia automotiva, que apresenta historicamente investimentos em P&D superiores à média da indústria de transformação. Lançado em 2007, o BNDES Proengenharia ainda é considerado o principal instrumento para estímulo ao desenvolvimento de produto no setor automotivo, e estima-se que, atualmente, pelo menos 30% dos veículos leves vendidos no Brasil contenham algum componente cuja engenharia tenhamos financiado.
Inovação na indústria
Confirmando a prioridade dedicada para o apoio à inovação, o financiamento a projetos com foco em internet das coisas (Internet-of-Things – IoT) foi um destaque de nossa atuação em 2015. No setor produtivo, destaca-se a aprovação de dois projetos que aplicam IoT ao agronegócio, desenvolvendo soluções nacionais para agricultura de precisão. Já no contexto de cidades inteligentes, em 2015 foi concluído o projeto da Cittati Tecnologia, que aplica IoT para melhorar a qualidade de vida da população. O produto CittaMobi, com informações sobre horários de ônibus, é um aplicativo para dispositivos móveis suportado por plataforma de software desenvolvida com nosso apoio e já acumulou 2,5 milhões de downloads.
Na área da saúde, em 2015 foi concluída a primeira etapa da estratégia de apoio à construção da indústria de biotecnologia no Brasil. Os medicamentos biotecnológicos são a grande aposta da indústria farmacêutica para enfrentar necessidades de saúde ainda não atendidas, e representam seis dos dez produtos mais vendidos no mundo. Visando enfrentar o desafio de envelhecimento da população e ampliar o acesso de pacientes a tratamentos caros de câncer, foram aprovados os projetos das empresas Orygen e Bionovis, cujo objetivo é desenvolver medicamentos biossimilares, iniciando no Brasil a produção de medicamentos contra a artrite reumatoide e o câncer.
Sustentabilidade
Tendo como meta contribuir para o desenvolvimento sustentável, mantivemos como foco prioritário o apoio ao desenvolvimento do etanol de segunda geração (E2G) no setor sucroenergético. Desenvolvido no Brasil com resíduos de cana-de-açúcar, o E2G permite o aumento de 50% de produtividade a partir da mesma área plantada, evitando assim o desmatamento para criação de novas áreas.
Em 2015, foi inaugurada em Piracicaba (SP), a primeira unidade integrada do mundo de produção de E2G em escala industrial. O projeto contou com nosso apoio financeiro no valor de R$ 207,7 milhões, 90% do investimento total. O empreendimento da Raízen Energia tem capacidade para produzir mais de quarenta milhões de litros de etanol/ano.
Essa produção em alta escala traz importantes ganhos na redução de poluentes, já que a produção do E2G, quando comparada à do etanol convencional, resulta na diminuição em até 15 vezes da emissão de dióxido de carbono. Estima-se também que o E2G terá, daqui a alguns anos, capacidade de reduzir as emissões de CO2 em mais de 90%, quando comparadas às da gasolina, e poderá ser competitivo mesmo com o preço do barril de petróleo em patamar inferior a US$ 40.
Esse potencial chamou a atenção dos organizadores da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), realizada em 2015 em Paris pela Organização das Nações Unidas (ONU), que nos convidou a apresentar as ações de fomento para essa tecnologia.
Responsabilidade social
No setor industrial, também estimulamos a adoção de práticas de responsabilidade social pelas empresas apoiadas, por meio de recursos da Linha de Investimentos Sociais de Empresas (Linha ISE). No segmento de papel e celulose, por exemplo, o desembolso para projetos sociais associados aos projetos financiados foi da ordem de R$ 50 milhões durante o ano, com apoio a programas de geração de renda, além de investimentos que contribuíram para mitigar o impacto da implantação de projetos industriais em regiões menos favorecidas, com expressivo deslocamento de mão de obra.
No setor farmacêutico, merece destaque a ação da empresa Libbs no município de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo. Depois de levantamento realizado para medir a satisfação popular com os serviços públicos da cidade, foi realizada a primeira fase do projeto Tempo é Saúde, em que a empresa, com nosso apoio, patrocinou e supervisionou a prefeitura municipal na implantação dos sistemas de prontuário eletrônico (e-SUS Atenção Básica) e de classificação de risco (triagem) nas Unidades de Atenção Básica (UBS) do município, reduzindo o tempo de espera para atendimento, consultas e exames.
Realizada ao longo de 2015, a primeira fase foi concluída com sucesso, com a implantação dos sistemas nas 16 UBSs e nos dois prontos-socorros da cidade e a capacitação de 667 profissionais de saúde, cumprindo o orçamento previsto de R$ 1,2 milhão para essa etapa e melhorando a qualidade de atendimento à população.
O projeto foi apresentado como contrapartida ao financiamento aprovado em 2014, por meio do qual foram destinados cerca de R$ 250 milhões para a construção de uma fábrica da Libbs para produção de anticorpos monoclonais, que deverá ser concluída em 2016. Por meio dos medicamentos biotecnológicos produzidos nessa unidade fabril, será possível tratar doenças como câncer, artrite reumatoide e outras doenças autoimunes.
Foto: Acervo Unesco/Leo Lara
organic photovoltaicsspin-offspin-offsSPIN-OFFEmpresa que nasce a partir de um grupo de pesquisa de uma empresa, universidade ou centro de pesquisa público ou privado para explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia.
Buscamos atuar diretamente na redução das desigualdades e no desenvolvimento regional por meio da inclusão produtiva de pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades de micro e pequeno porte e de populações de baixa renda.
Agricultura
O apoio a projetos de agricultura familiar é um dos destaques na democratização do acesso ao crédito. Em parceria com bancos cooperativos, cooperativas de crédito e outras instituições, atuamos em projetos com o objetivo de combater a pobreza rural e promover a inclusão socioprodutiva de agricultores familiares, médios produtores rurais e assentados da reforma agrária.
Em 2015, foram cerca de R$ 15 bilhões desembolsados tanto para a agricultura empresarial quanto para a familiar. O apoio à Cooperativa Central Aurora é um dos exemplos de apoio ao setor. A cooperativa beneficia cerca de setenta mil agricultores familiares que exploram pequenas propriedades rurais no oeste catarinense. Nos últimos seis anos, contou com financiamentos para diversos projetos que contribuíram para seu crescimento, permitindo que sua receita triplicasse e o número de empregos gerados passasse de 11,5 mil para mais de 26 mil.
Também em 2015, assinamos um acordo de cooperação técnica para o fomento do cooperativismo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Já foram realizadas diversas ações, como treinamentos sobre crédito ministrados para as unidades estaduais, publicação de entrevistas com nossos executivos nos meios de comunicação da OCB e elaboração de cartilha sobre crédito rural.
Com o objetivo de impulsionar a competitividade e a produtividade do agronegócio e da produção de alimentos por meio da inovação tecnológica, destacam-se hoje o Inova Agro e o programa Inovagro. Um exemplo de apoio no âmbito do Inova Agro, em 2015, foi a contratação de financiamento para implantação de um centro de produção modelo para bovinos de corte, no estado de Mato Grosso, com a finalidade de aumentar a produtividade e a lucratividade por área.
Inclusão social
Também apoiamos projetos com potencial para geração de trabalho e renda sob a forma não reembolsável.
Esses recursos são destinados prioritariamente a projetos produtivos coletivos que promovam o desenvolvimento regional e social, em todo o Brasil. Podem ser apoiadas iniciativas nos setores agropecuário, industrial, de comércio e de serviços. Muitas dessas ações são apoiadas por meio do Fundo Social, constituído com parte dos lucros anuais do BNDES, para apoiar projetos de caráter social nas áreas de geração de emprego e renda, serviços urbanos, saúde, educação e desportos, justiça, meio ambiente e outros vinculados ao desenvolvimento regional e social.
Além do apoio a projetos selecionados por editais e àqueles de apoio continuado, com recursos do fundo, promovemos em 2015 o Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária, no intuito de reconhecer iniciativas exemplares implementadas com nossos recursos ou de outras fontes.
O prêmio reconheceu ações consideradas “boas práticas” de empreendimentos econômicos solidários (EES) e suas redes, premiando-as com R$ 20 mil (para EESs formalmente constituídos ou EESs ainda não formalizados) e R$ 50 mil (para redes de EESs). Puderam concorrer EESs nas áreas de finanças solidárias; de produção, comercialização ou consumo solidário; e formativos, educativos ou culturais. Foram premiados trinta empreendimentos formalizados de 18 estados brasileiros, oito empreendimentos não formalizados em oito diferentes estados e dez redes nas cinco regiões do Brasil.
Alguns empreendimentos premiados foram a Associação Art Gravatá (PE), composta por artesãos que produzem brinquedos educativos para crianças; o Banco Comunitário do Preventório (RJ), que oferece crédito em moeda social para consumo, crédito produtivo e serviços diversos para sua comunidade; o Grupo Ecopapel (RS), que trabalha com a reciclagem de papéis, oferecendo oficinas e desenvolvendo produtos; e a Rede Bodega (CE), que organiza um conjunto de pontos fixos de comercialização coletiva, integrando a produção da agricultura familiar e o artesanato de sua região.
Microcrédito
fundingFUNDINGCorresponde à mobilização de recursos de terceiros via mercado de capitais ou mercado bancário com prazo de amortização compatível ao prazo de maturação do investimento que se pretende implantar.
Em 2015, as instituições apoiadas – entre as quais estão o Banco do Nordeste, a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina e as organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) Ceape/SE e Blusol – realizaram 150 mil financiamentos a microempresas ou pessoas físicas e emprestaram em torno de R$ 707 milhões.
Sustentabilidade
Ainda durante o ano de 2015 foram implementadas as primeiras ações do Capacita ABC, um projeto de capacitação técnica, desenvolvido pelo BNDES com base em um acordo de cooperação técnica com diversas entidades públicas e privadas, para analistas e projetistas de instituições financeiras que operacionalizam o Plano ABC. O plano, criado em 2010 pelo Governo Federal para incentivar a adoção de práticas sustentáveis no campo, oferece uma linha de crédito com condições diferenciadas para o desenvolvimento de projetos com a adoção das tecnologias de baixa emissão de carbono.
Foto: Acervo BNDES
Foto: Acervo BNDES/Rodrigo Almeida Aguiar