O amadurecimento das práticas de planejamento e gestão da estratégia permite a contínua melhoria da qualidade e eficiência de nossa atuação e de seus resultados.
No BNDES, utilizamos técnicas de cenários para planejamento estratégico em dois horizontes temporais: 15 e três anos. Os cenários de longo prazo são qualitativos e quantitativos, não probabilísticos, ancorados em modelos de consistência econômica, sobre o mundo e o Brasil, com ênfase em assuntos de nosso interesse. O objetivo primordial é inspirar e orientar o planejamento estratégico da instituição.
Os cenários trienais auxiliam na constituição de metas e objetivos desse mesmo planejamento estratégico, utilizando, além de modelos macroeconômicos e econométricos, informações do levantamento setorial publicado no boletim semestral Perspectivas do Investimento. Em 2015, realizamos a divulgação externa de nossos cenários de longo prazo (15 anos) e fizemos atualizações nos cenários trienais, discutidos internamente no Comitê de Planejamento .
Ao longo de 2016 objetivamos intensificar o esforço de captura e a síntese de informações com fontes internas e externas para construir uma visão de futuro que direcione e oriente como deverá ser nosso perfil em 2030.
Planejamento estratégico corporativo
O planejamento estratégico corporativo orienta todas as nossas ações em quatro grandes perspectivas: desenvolvimento sustentável e competitivo, sustentabilidade financeira, processos internos e aprendizado e competências.
A primeira perspectiva diz respeito às nossas contribuições para o desenvolvimento brasileiro, alinhadas às orientações de governo e às mudanças no ambiente econômico. As demais perspectivas são voltadas ao nosso desenvolvimento e ao de nossos produtos, processos e governança, buscando o aperfeiçoamento de nossa atuação e o atendimento às demandas da sociedade. Os desafios associados a cada perspectiva são identificados e organizados em objetivos estratégicos, os quais têm sua evolução monitorada a partir de indicadores e metas.
A revisão do planejamento estratégico corporativo para o período 2016-2018 sinalizou a necessidade de reforçar as ações de apoio a exportações, infraestrutura e resiliência das empresas, além de aprofundar os avanços nas agendas de prestação de contas e transparência.
Projetos corporativos
Os projetos corporativos são caracterizados por esforços estruturantes, capazes de mobilizar diferentes unidades organizacionais em torno de temas críticos para o alcance de objetivos estratégicos corporativos.
Em 2015, foram desenvolvidos 11 projetos relacionados a: mudanças climáticas; apoio à média empresa; desenvolvimento territorial; cadeias produtivas; gestão do orçamento operacional; evolução da gestão; públicos relevantes; priorização e alocação de estruturas e pessoas; tecnologia da informação; informação digital; e continuidade de negócios.
Para 2016, além da continuidade dos projetos relacionados a desenvolvimento territorial e cadeias produtivas, foram incorporadas novas iniciativas para tratar dos seguintes temas: melhoria de acesso; economicidade; transparência; e integridade.
Temas transversais
Nossa estratégia corporativa privilegia uma visão integrada do desenvolvimento e considera diversas dimensões, como social, econômica, cultural e ambiental. A abordagem territorial, a inovação e a sustentabilidade são temas fundamentais para a prática dessa estratégia e para assegurar o cumprimento de nossa missão, em consonância com as expectativas da sociedade. Esses temas são considerados prioritários e transversais a todas nossas operações e atividades.
O fortalecimento da dimensão territorial como elemento de nosso planejamento e operação é um desafio contínuo que temos enfrentado em nossa missão, em especial pela extensão e diversidade econômica, sociocultural e ambiental do Brasil.
Em 2015, iniciamos o projeto de aperfeiçoamento da Política de Atuação no Apoio ao Desenvolvimento Regional e Territorial já existente e a consolidação do tema internamente, por meio de um conjunto de iniciativas com o objetivo de difundir e incorporar seu entendimento por nosso quadro funcional, definir diretrizes e estratégias de atuação no território e aprimorar nossos instrumentos e nossa governança interna para atuação territorial.
Visando aprofundar os conhecimentos de nossos empregados sobre o assunto, foram realizadas 16 oficinas, reunindo duzentos colaboradores e 26 especialistas externos, entre professores universitários, pesquisadores e membros de governo, de instituições públicas e privadas. Os temas abordados incluíram aspectos teóricos do desenvolvimento regional, questões históricas do desenvolvimento brasileiro e experiências de mobilização de diferentes agentes e territórios no país. No fim do ciclo de oficinas, foi elaborado um artigo com os principais itens discutidos durante as palestras.
Também dentro do escopo de consolidação da política, foi realizada iniciativa de aperfeiçoamento de nosso sistema de inteligência geográfica (GeoBNDES) visando ampliar a capacidade de análise integrada de nossas ações, tendo como referência o local de investimento.
Ainda em 2015, em consonância com a estratégia de ampliar nossas atividades no desenvolvimento regional e territorial do país, foi instalado, em Belém (PA), nosso escritório do Departamento Regional do Norte. Entre outras atribuições, o departamento tem como objetivo fomentar, estruturar e acompanhar o desenvolvimento de projetos localizados na Amazônia Legal em articulação com as áreas operacionais.
Amazônia e semiárido nordestino
Em 2015, também no âmbito do projeto de consolidação da política, elaboramos uma metodologia de avaliação territorial preliminar que permite observar as principais características dos territórios nos quais as operações estão inseridas. Essa avaliação – atualmente em fase de aperfeiçoamento com sua implantação em projetos-pilotos – tem como objetivo não só o aprimoramento de nosso processo de enquadramento e análise de projetos, mas também o debate interno sobre a temática territorial e a integração de nossas equipes técnicas.
Ao longo do ano, foram desenvolvidos dois projetos-pilotos, nos quais estão sendo testados novos procedimentos, que incluem grupos de trabalho, ferramentas e processos de planejamento e gestão, além da adequação de instrumentos. São eles: o entorno do rio Tapajós, na região amazônica, e o semiárido nordestino.
Os esforços empreendidos incluem maior aproximação com o território, identificando estudos, interlocutores e agentes locais. Entre os objetivos dos projetos, estão a articulação de parcerias que visam a complementaridade de ações e a potencialização dos benefícios gerados, assim como a identificação de demandas e oportunidades que venham a indicar novas perspectivas de nossa atuação na indução do desenvolvimento sustentável na região.
O projeto-piloto de Tapajós tem o objetivo de preparar nossa ação nesse território, que tem previsão de receber grande quantidade de investimentos em infraestrutura logística e energética nos próximos dez anos. A região contempla seis municípios do estado do Pará (Aveiro, Itaituba, Novo Progresso, Rurópolis, Trairão e Jacareacanga) e é caracterizada por baixa densidade demográfica e por ser cortada por duas rodovias federais, que influenciam na ocupação e no uso do solo.
Esse piloto propiciará um melhor atendimento de nossos objetivos estratégicos ligados ao desenvolvimento regional, em especial à Política de Entorno de Projetos, identificando e viabilizando ações antecipatórias para mitigação de riscos e aproveitamento de oportunidades, com destaque para os temas de regularização fundiária, terras indígenas, infraestrutura urbana, energia, comunicação, transporte, assistência social, educação, saúde, desenvolvimento institucional, segurança alimentar e valorização da biodiversidade da floresta.
A região do semiárido nordestino, por sua vez, abrange 1.135 municípios, pertencentes a dez estados, abarcando uma extensa área geográfica com predominância do bioma da caatinga e de microrregiões de baixa renda. O recorte territorial proposto para esse projeto-piloto – o município de Salgueiro (PE) e seu entorno – foi selecionado a partir da realização de estudos para caracterização do semiárido e sobre nossa atuação no território, além da identificação de demandas e oportunidades, uma vez que essa é uma região impactada pelos projetos estruturadores federais da ferrovia Transnordestina e de integração do rio São Francisco.
Os principais temas identificados nos estudos e levantamentos realizados durante esse piloto dizem respeito à nova estrutura da indústria nesses territórios e na região Nordeste; às atividades vinculadas às infraestruturas de logística, fornecimento de água e geração de energia; à infraestrutura de educação e de ciência, tecnologia e inovação (CT&I); ao acesso a serviços sociais básicos; e à recuperação de áreas degradadas.
Os gráficos apresentam a série dos últimos cinco anos relativa a nossos desembolsos por região, em valores absolutos e em participação em nossos desembolsos totais. Foram disponibilizados mais recursos para as regiões Norte e Nordeste do país do que as suas participações no PIB nacional, fato compatível com nossa missão de promover a redução das desigualdades regionais no Brasil.
GRI FS06
Percentagem da carteira de linhas de negócios por região específica, por porte (ex. micro/pequena e média/grande), e por setor.
BNDES Funtec: efetividade
Foi elaborada a primeira avaliação de efetividade dos projetos apoiados pelo Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), instrumento de apoio não reembolsável a projetos de instituições tecnológicas que, em parceria com empresas, desenvolvam novos produtos/tecnologias em temas estratégicos. O estudo contou com uma amostra de 22 projetos contratados entre 2007 e 2012 com desembolso total de R$ 198 milhões.
Os projetos da amostra geraram cinquenta pedidos de patentes, 941 pessoas capacitadas, e novas capacitações técnicas nos mais diversos temas: saúde, química, novos materiais, bioenergia, tecnologias da informação e comunicação (TIC), aeronáutica, defesa, entre outros. Entre os projetos que apoiaram pesquisa e desenvolvimento (P&D) por meio de parceria universidade-empresa,
93% tiveram as tecnologias desenvolvidas introduzidas no mercado ou já têm previsão
para tal.
Como resultado dos projetos apoiados, destacam-se o desenvolvimento de tecnologias de remediação de áreas contaminadas com organoclorados; chips de identificação por radiofrequência (RFID); células fotovoltaicas orgânicas compactas; planta piloto para fabricação de fibra de carbono; terapia fotodinâmica para tratamento de câncer de pele; e pâncreas biônico utilizando smartphone.
valores mobiliáriosfundos de investimentoVALORES MOBILIÁRIOSQuaisquer títulos ou contratos de investimento emitidos por empresas que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Para o emissor, os valores mobiliários são uma forma de captação de recursos alternativa a um financiamento tradicional, enquanto para o comprador representam um investimento com potencial de rentabilidade superior a um título de renda fixa. Exemplos: ações, debêntures ou cotas de fundos de investimento.FUNDOS DE INVESTIMENTOEstruturas societárias constituídas sob a forma de condomínios fechados, que têm por objetivo promover a aplicação coletiva dos recursos de seus participantes a partir da emissão de cotas representativas de seu patrimônio. Tais estruturas reúnem as aplicações de vários indivíduos e as utilizam para o investimento em valores mobiliários, normalmente participações acionárias em empresas.
Em 2015, os desembolsos em inovação foram da ordem de R$ 6 bilhões, o que representou 4,4% de nossos desembolsos totais. Em volume de recursos liberados, não houve alteração significativa em relação a 2014, mas em participação no valor total liberado pelo BNDES constatou-se um aumento de 37,5%.
Capacitação em inovação
Internamente, temos intensificado nossa capacitação em inovação. Em 2015, foram 147 colaboradores capacitados na Linha BNDES Inovação e no BNDES Funtec, dois dos mais importantes de nossos instrumentos para apoio ao tema. Além disso, eventos internos para discussão de assuntos relevantes ligados à inovação contaram com a participação de importantes nomes da área, como o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, a professora Mariana Mazzucato e duas referências do design thinking brasileiro, Jaakko Tammela e Luis Alt.
Cooperação internacional
Na integração com outras agências e órgãos de governo, promovendo parcerias com países estrangeiros na cooperação em inovação, temos atuado provendo suporte técnico às negociações dos editais de cooperação bilaterais em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), lançados e coordenados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)* em conjunto com seus pares nos países parceiros. Também participamos como membro em comitês e como agente financiador da contraparte brasileira do projeto. Em 2015, foram lançados dois editais, um em parceria com a França e outro, com a Alemanha. Ainda em 2015, o terceiro edital de cooperação com Israel teve sua vigência prorrogada até outubro de 2016.
*Atual Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Sustentabilidade e desenvolvimento social
Projetos de desenvolvimento de novas tecnologias ligadas aos temas de economia verde podem ser viabilizados por meio de instrumentos de apoio à inovação. Em 2015, esses projetos somaram desembolsos de R$ 253 milhões. Dentre eles, destacam-se projetos de energias renováveis e eficiência energética, etanol de segunda geração e novas soluções tecnológicas para tratamento de resíduos e recuperação de solos.
No âmbito das cidades inteligentes, foi estruturado em 2015 financiamento à iluminação pública de LED visando, simultaneamente, induzir o uso de fontes mais limpas e eficientes de energia, o desenvolvimento e a fabricação local de componentes e luminárias e a utilização de chips projetados no país – sendo este último tratado como um foco estratégico da atuação do BNDES no complexo eletrônico. Para tanto, um modelo de credenciamento de luminárias-piloto, com progressiva exigência de conteúdo tecnológico local, foi elaborado para a parceria público-privada da cidade de São Paulo, devendo ser replicado em diversos municípios brasileiros.
Na área da saúde, foram aprovados R$ 650 milhões para projetos inovadores em 2015, com destaque para o apoio ao desenvolvimento e à produção de medicamentos biotecnológicos no país. Essa é uma área na qual nosso apoio vem permitindo a geração de importantes resultados. Um caso a ser destacado é o do equipamento inovador para diagnóstico e tratamento de câncer de pele por meio de tecnologia fotodinâmica, desenvolvido em parceria pela Universidade de São Paulo (USP) e pela empresa MM Optics. O produto foi desenvolvido com recursos do BNDES Funtec, contratado em 2010, no valor de R$ 4 milhões. Em seu primeiro ano foram vendidos 242 equipamentos, dos quais 28 foram exportados. Ao todo, quase três mil pessoas já foram tratadas em 75 centros de terapia fotodinâmica distribuídos pelo Brasil. A tecnologia tem potencial para ser incorporada pelo Sistema Único de Saúde.
Instrumentos de apoio à inovação
Entre os produtos oferecidos para apoio à inovação, o principal instrumento é a Linha BNDES Inovação, cujo financiamento tem baixo custo financeiro e visa apoiar o aumento da competitividade das empresas por meio de investimentos em inovação aplicada em sua estratégia de negócios. Esses investimentos podem contemplar inovações em produtos, processos, marketing, além do aprimoramento das competências e do conhecimento técnico na empresa.
Também é interessante destacar o programa BNDES MPME Inovadora, que tem como objetivo aumentar a competitividade das micro, pequenas e médias empresas (MPME) brasileiras, financiando os investimentos necessários à introdução de inovações no mercado. Lançado em 2014, o programa já teve 126 operações aprovadas.
Criateccapital sementeCAPITAL SEMENTEModelo de investimento destinado ao apoio de empresas e projetos em estágio inicial de operação, buscando viabilizar seu modelo de negócios.
Participamos ainda do Plano Inova Empresa, uma iniciativa que tem como objetivo fomentar projetos de apoio à inovação em diversos setores considerados estratégicos pelo Governo Federal. Por meio dele, são realizados planos conjuntos, que consistem em chamadas públicas para a seleção dos projetos a serem contemplados por meio de mecanismos de apoio disponíveis principalmente no BNDES e na Finep. Desde seu lançamento em 2013, foram publicados dez editais.
Em 2015, foram contratadas 14 operações no âmbito dos editais do Inova Empresa, formando, com as contratações do biênio 2013-2014, uma carteira de cinquenta projetos com valor total de R$ 2,8 bilhões. No ano, foram desembolsados R$ 513 milhões para vinte operações.
O ano de 2015 marca ainda uma segunda etapa do Inova Empresa, com o lançamento do edital do Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (Padiq), uma iniciativa conjunta com a Finep que visa fomentar projetos de desenvolvimento tecnológico e de investimento na fabricação de produtos químicos de maior valor agregado.
Outros lançamentos
debênturesDEBÊNTURESTítulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por empresas, em que o detentor, o debenturista, passa a ser credor da empresa.
Outro destaque do ano foi o lançamento do BNDES Soluções Tecnológicas, que se encontra em fase de credenciamento de fornecedores. Trata-se de um produto financeiro que visa fomentar o mercado de transferência de tecnologias e know-how no país, apoiando empresas brasileiras que desejam adquirir soluções tecnológicas e, assim, inovar em seus produtos e processos.
As questões sociais e ambientais sempre estiveram presentes em nossa atuação, seja no financiamento a projetos com objetivos predominantemente sociais e/ou ambientais, seja na incorporação dessas dimensões no conjunto de produtos e instrumentos de apoio, inclusive por meio de condições financeiras mais atrativas em função de critérios de sustentabilidade. O tema também é considerado nas atividades e procedimentos de análise inerentes ao processo de concessão de apoio financeiro, bem como no trato das atividades administrativas.
GRI FS01Políticas com componentes ambientais e sociais específicos aplicadas às linhas de negócios.
Um dos direcionadores de nossa atuação socioambiental nas operações de financiamento é a classificação de risco ambiental aplicada às operações diretas e indiretas não automáticas . Em 2015, 380 pedidos enquadrados foram classificados em relação a seu risco ambiental. Os gráficos mostram o perfil da carteira classificada.
GRI FS05Interações com clientes, investidores e parceiros comerciais em relação a riscos e oportunidades ambientais e sociais.
Apoio ao meio ambiente
Em relação à preservação e à restauração de regiões naturais, além das ações do Fundo Amazônia , destaca-se a continuidade do apoio a projetos de restauração ecológica com espécies nativas, por meio da seleção, em 2015, de sete projetos voltados para o bioma Mata Atlântica, que receberão cerca de R$ 20 milhões no total. Os recursos são não reembolsáveis, oriundos do Fundo Social do Banco. A chamada de projetos teve alta demanda, com 78 propostas recebidas de 14 estados.
No que concerne à redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE), cabe menção à iniciativa pioneira relativa à geração de energia por meio do etanol de segunda geração, desenvolvido no Brasil a partir de resíduos de cana-de-açúcar, sobre a qual fomos convidados a falar na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21).
Nosso apoio a essas e outras iniciativas visa contribuir para o alcance da meta brasileira de redução de 37% da emissão de GEE até 2025, ratificada na COP21.
Em 2015 foi realizado o evento Amazon Day em Londres, que teve por objetivo apresentar as principais iniciativas ambientais brasileiras, entre elas o Fundo Amazônia. O evento também abordou os temas de financiamento verde e green bonds, contando com a participação de diversos representantes do Brasil e do Reino Unido, além de importantes interlocutores internacionais, como representantes dos governos norueguês e alemão e de organizações sem fins lucrativos com especialização nos diversos segmentos ambientais.
Atuação social
Também apoiamos projetos com impacto direto na melhoria das condições de vida da população brasileira, disponibilizando diversos mecanismos de financiamento, que: beneficiam empreendedores de baixa renda, agricultores familiares, estados e municípios; buscam ampliar serviços de saneamento, mobilidade urbana, saúde, educação e cultura; e visam à redução das desigualdades regionais, entre outros objetivos.
O cumprimento dos direitos sociais por parte dos nossos clientes, como a não utilização do trabalho escravo, por exemplo, também é condição indispensável em nosso processo de aprovação de financiamentos e tem a mesma relevância das exigências financeiras e econômicas. Também são considerados os impactos sociais positivos dos projetos, como geração e manutenção de empregos e incremento do desenvolvimento local.
Economia verde e desenvolvimento social
Por meio de indicadores de apoio ao desenvolvimento social e à economia verde, aferimos nossos esforços e aprimoramos nossa atuação socioambiental. Esses indicadores também permitem comparar nossa atuação com a de outras instituições financiadoras de desenvolvimento nacionais e internacionais.
Em 2015, foi possível observar o crescimento nos desembolsos relativos à economia verde, tanto em valores absolutos quanto em participação relativa. Os investimentos nesse segmento passaram de 15% para cerca de 23% em relação aos desembolsos totais. Houve queda nos valores absolutos de desembolsos voltados ao desenvolvimento social, porém manteve-se a participação relativa de cerca de 14% de nossos desembolsos totais.
Investimentos sociais de empresas
Por meio de condições de crédito favoráveis, a Linha de Investimentos Sociais de Empresas (Linha ISE) tem por objetivo elevar o grau de responsabilidade social daquelas empresas que buscam nosso apoio financeiro e contribuir para o fortalecimento de políticas públicas.
Os recursos da Linha ISE podem ser aplicados no âmbito da própria empresa ou da comunidade. No primeiro caso, os recursos são voltados para os funcionários e seus familiares, clientes ou fornecedores. No âmbito da comunidade, vertente que responde por cerca de 90% dos investimentos realizados desde a criação dessa linha em 2006, os recursos são aplicados em projetos sociais direcionados a populações localizadas no entorno dos empreendimentos, em áreas de influência geográfica das empresas ou segmentos da população expostos a algum tipo de risco social. Saúde, educação e inclusão produtiva, no meio urbano ou rural, representam a maior parte dos investimentos.
Implementação e monitoramento da Política de Responsabilidade Social e Ambiental (PRSA)
Foi aprovado em 2015 o plano de implementação e monitoramento da PRSA, em linha com as diretrizes estabelecidas pela Resolução CMN 4.327/2014.
As ações do plano estão organizadas em cinco frentes de trabalho com os objetivos de: fortalecer a governança no tema sustentabilidade; promover melhorias e inovação em processos e atividades de diálogo, transparência, comunicação e prestação de contas; aprimorar a gestão de risco e indução do desempenho socioambiental nas atividades relacionadas ao processo de concessão de apoio financeiro; fortalecer a cultura de sustentabilidade no Banco; e incorporar conceitos relacionados à sustentabilidade nas atividades operacionais e instalações da instituição.
A implementação do plano envolve empregados de diversas áreas em grupos de trabalho. O Comitê de Sustentabilidade Socioambiental (CSS) , criado em 2014, foi consolidado em 2015 como colegiado responsável pelo monitoramento da execução das atividades e entregas previstas no plano.
Dentre os principais avanços do plano em 2015, podem ser destacados:
Ecoeficiência
Zelando por nosso capital natural, também seguimos boas práticas de responsabilidade ambiental em nossas unidades operacionais. A gestão do Edifício de Serviços do Rio de Janeiro (Edserj), onde trabalha a maior parte dos nossos colaboradores (77%), é realizada pelo Condomínio do BNDES (Cedserj). Com ações desenvolvidas nos segmentos de eficiência energética, consumo de água, gerenciamento de resíduos, entre outras atividades, dedicamo-nos a melhorar continuamente nossos aspectos de ecoeficiência.
Os resíduos recicláveis produzidos no edifício são destinados a cooperativas de catadores, cumprindo integralmente o estabelecido no Decreto 5.940/06.
GRI EN02Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem.GRI EN22Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição.
GRI EN05Energia economizada em virtude de melhorias em conservação e eficiência.
GRI FS02
Procedimentos para avaliação e classificação de riscos ambientais e sociais nas linhas de negócios.
GRI FS07
Valor monetário dos produtos e serviços criados para proporcionar um benefício social específico para cada linha de negócios, divididos por finalidade.
GRI FS07
Valor monetário dos produtos e serviços criados para proporcionar um benefício social específico para cada linha de negócios, divididos por finalidade.
GRI FS08
Valor monetário dos produtos e serviços criados para proporcionar um benefício ambiental específico para cada linha de negócios, divididos por finalidade.
GRI FS08
Valor monetário dos produtos e serviços criados para proporcionar um benefício ambiental específico para cada linha de negócios, divididos por finalidade.
GRI FS05
Interações com clientes, investidores e parceiros comerciais em relação a riscos e oportunidades ambientais e sociais.
GRI EN08
Total de retirada de água por fonte.
Alto Juruá
O projeto Alto Juruá, contratado em 2015 no valor de R$ 6,6 milhões, foi o primeiro projeto do Fundo Amazônia concebido e contratado diretamente por uma comunidade indígena, sem intermediação do setor público ou de organizações não governamentais. O projeto contempla atividades de manejo e produção agroflorestal, além de monitoramento e controle do território, em benefício do povo Ashaninka e de outras comunidades indígenas e não indígenas do entorno da terra indígena Kampa, abrangendo um conjunto de áreas protegidas no estado do Acre.
Unidades de conservação
Dezesseis unidades de conservação (UC) estaduais do Amazonas, abrangendo uma área de dez milhões de hectares, já receberam apoio do Fundo Amazônia. De 2010 a 2015, foram implementadas 1.400 ações de apoio à geração de renda e novecentas ações de apoio ao empoderamento das associações de moradores das UCs. Os investimentos fortaleceram diversas cadeias produtivas, tais como as do pirarucu, do açaí, da castanha, de óleos vegetais, do artesanato e do turismo de base comunitária. Também foram realizadas oficinas de formação, encontros de liderança, palestras e seminários. Em decorrência, as áreas atendidas pelo programa têm apresentado taxas menores de desmatamento e focos de calor do que outras áreas de mesma categoria no estado.
Amazon SAR
O projeto Amazon SAR, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) do Ministério da Defesa, também contratado em 2015, irá aprimorar o monitoramento do desmatamento na Amazônia por meio de um sistema de detecção de desmatamentos por radar, que capta imagens mesmo durante a noite ou com obstáculos como nuvens, nevoeiro e fumaça. Serão monitorados cerca de 950 mil km² por ano (23% do bioma Amazônia).
Gestão de terras indígenas
Em 2015, lançamos uma chamada pública voltada à elaboração e à implementação de planos de gestão territorial e ambiental em terras indígenas, por meio da qual foram selecionados nove projetos com valores entre R$ 4,5 milhões e R$ 12 milhões. Os projetos visam beneficiar diretamente povos indígenas da região amazônica.