Lucro do BNDES atinge recorde de R$ 6,3 bilhões em 2006, 97,7% superior ao de 2005
· Resultados foram obtidos mesmo com a redução dos spreads
· Baixo nível de inadimplência (0.68%) reflete qualidade da carteira dos empréstimos
O BNDES apresentou lucro líquido de R$ 615 milhões no quarto trimestre de 2006, acumulando no ano passado resultado positivo de R$ 6,331 bilhões. Trata-se do maior desempenho da história do Banco, 97,7% superior aos R$ 3,202 bilhões registrados em 2005. A cifra supera a soma dos lucros acumulados nos últimos três anos (R$ 1,037 bilhão em 2003, R$ 1,498 bilhão em 2004 e R$ 3,202 bilhões em 2005).
A excelente lucratividade do BNDES em 2006 é resultado de uma combinação de fatores positivos, entre eles: desembolsos recordes de R$ 52,3 bilhões no ano passado, 11% maiores que os de 2005; baixo nível de inadimplência (0,68%), o que reflete a qualidade da carteira de empréstimos; e maior atuação do Banco em operações de renda variável, contribuindo para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro. Na composição do resultado de renda variável, destacam-se a receita com alienações de títulos e valores mobiliários, de R$ 1,502 bilhão, e a receita com dividendos e juros sobre capital próprio, de R$ 1,842 bilhão.
É importante destacar que os resultados recordes foram obtidos mesmo com a redução dos spreads do BNDES e o conseqüente barateamento dos custos de financiamento, promovido por mudanças nas políticas operacionais do Banco. Graças à combinação dessa série de fatores positivos, o BNDES ingressa em novo patamar em seu ciclo de apoio ao fortalecimento das empresas brasileiras.
O desempenho de 2006 contribuiu para a extraordinária rentabilidade de 36,4% sobre o patrimônio líquido médio (21,5% em 2005). O resultado líquido da carteira de renda variável atingiu R$ 2,438 bilhões no ano passado, dando a maior contribuição da história para o resultado total do Banco. As operações de intermedição financeira registraram resultado líquido de R$ 3,893 bilhões, em função da recuperação de empréstimos problemáticos.
A receita com reversão de provisão para risco de crédito (R$ 1,052 bilhão) deveu-se, principalmente, a reestruturações societárias, que permitiram a melhora da classificação de risco de um grupo de empresas. Nos últimos cinco anos, a despesa média com a constituição de provisões para risco de crédito foi de R$ 1,743 bilhão.
Balanço patrimonial - Os ativos totais do BNDES atingiram, em 31/12/06, R$ 187,475 bilhões, 7,1% superiores aos R$ 174,967 bilhões de 31/12/05. A qualidade da carteira de operações de crédito, que soma R$ 146,879 bilhões, pode ser comprovada pelo fato de 95,6% estarem classificadas entre os níveis AA e C, considerados de baixo risco. Esta posição é superior aos 90,4% apresentados pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN).
O patrimônio de referência do BNDES totalizou R$ 33,823 bilhões em 2006, 44% superior aos R$ 23,497 bilhões de 2005 (o patrimônio de referência é formado basicamente pela soma do patrimônio líquido, da dívida subordinada e do instrumento híbrido de capital e dívida). Com isso, os limites prudenciais do BNDES foram aumentados na mesma proporção, ampliando, assim, a capacidade do Banco de apoiar a expansão das empresas brasileiras. A operação permitiu que o Índice de Basiléia do BNDES atingisse 23,2%, acima da exigência do Banco Central, de 11%.
Emissão de Debêntures – Em 22 de dezembro de 2006 a BNDESPAR concluiu, com sucesso, processo de emissão de debêntures simples, no valor de R$ 600 milhões. Esta foi a 1ª emissão no âmbito de um programa de distribuição de R$ 2 bilhões que tem como objetivos principais atrair pequenos investidores de renda fixa para um tipo de mercado até então acessado apenas por grandes instituições e contribuir para o desenvolvimento do mercado secundário, propiciando liquidez aos papéis negociados.
A demanda superou em três vezes a oferta de R$ 600 milhões. A conclusão da operação incluiu 4,25 mil investidores, a maior oferta de varejo de debêntures já realizada no país.