Lucro do BNDES atinge recorde de R$ 7,3 bilhões em 2007
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou lucro líquido de R$ 7,3 bilhões em 2007, recorde histórico e 15,5% superior ao resultado de 2006, de R$ 6,3 bilhões.
Os números são conseqüência de um conjunto de fatores positivos, com destaque para o excelente desempenho da carteira de renda variável (principalmente pelo resultado de alienação de ações, de receita de dividendos e de equivalência patrimonial), que saiu de R$ 3,5 bilhões para R$ 6,1 bilhões em 2007; da reversão de provisão para risco de crédito, de R$ 1,4 bilhão (R$ 1,1 bilhão em 2006); e do resultado bruto de intermediação financeira, no valor de R$ 4,8 bilhões (R$ 4,9 bilhões em 2006).
As despesas administrativas e tributárias totalizaram R$ 1,4 bilhão e a despesa com imposto de renda e contribuição social somou R$ 2,7 bilhões.
A receita com reversão de provisão para risco de crédito decorreu, principalmente, do processo de revisão da classificação de risco de estados e municípios, além de recuperação de créditos no total de R$ 1 bilhão no ano. Em função desses fatos, a conta que, por natureza representa uma despesa (média de R$ 1,2 bilhão no período 2002/2006), reduzindo o lucro, apresentou, extraordinariamente, saldo positivo.
No desempenho com a carteira de renda variável, os destaques de 2007 foram o resultado com alienação de ações, no valor de R$ 3,7 bilhões, e a obtida com dividendos e juros sobre capital próprio, de R$ 1,4 bilhão.
Os desembolsos do BNDES, em 2007, também foram recordes, chegando a R$ 64,9 bilhões, equivalentes a um aumento de 24% em relação às liberações do ano anterior. O reduzido nível de inadimplência, que atingiu 0,1% da carteira total (0,68% em 2006), apresentou-se o menor dos últimos anos refletindo a ótima qualidade dos financiamentos do BNDES. Em 31 de dezembro de 2007, 96,5% dos créditos foram classificados entre os níveis de risco AA e C, contra 92,3% nos bancos privados e 89,8% nos bancos públicos.
Balanço patrimonial - Os ativos totais do sistema BNDES somaram R$ 202,6 bilhões em 31 de dezembro de 2007, apresentando crescimento de 8,1% em relação aos valores de 2006. Desse total, 81,2% estão representados pela carteira líquida de financiamentos e repasses (78,3% em dezembro de 2006). O saldo da carteira de operações de crédito totalizou R$ 164,5 bilhões em 2007 (R$ 146,9 bilhões em 2006).
O patrimônio líquido fechou em R$ 24,9 bilhões, correspondendo a um patrimônio de referência (formado, basicamente, pela soma do patrimônio líquido, da dívida subordinada e do instrumento híbrido de capital da dívida) de R$ 41,5 bilhões (R$ 33,8 bilhões em 2006). O crescimento do patrimônio de referência ampliará a capacidade do Banco em conceder financiamentos, uma vez que sobre tal patrimônio são calculados os limites prudenciais a que estão sujeitas todas as instituições financeiras.
O índice de exposição ao setor público encerrou 2007 em 17,5%, patamar inferior ao limite de 45% estabelecido pelo Banco Central. O índice de imobilização, que indica a porcentagem de imobilizações em relação ao patrimônio de referência, fechou em 29,5%, também mais baixo do que o limite de 50% fixado pelo Banco Central.
O passivo total atingiu R$ 202,6 bilhões em 2007 (R$ 187,5 bilhões em 2006). As despesas administrativas e tributárias totalizaram R$ 1,4 bilhão e a despesa com imposto de renda e contribuição social somou R$ 2,7 bilhões.
Debêntures – Em julho de 2007, a BNDESPAR (empresa de participações do BNDES) concluiu, com sucesso, sua segunda emissão de debêntures simples, no valor de R$ 1,3 bilhão. A operação fez parte de um programa de R$ 2 bilhões que tem como objetivos principais atrair pequenos investidores de renda fixa para um tipo de mercado até então acessado apenas por grandes instituições e contribuir para o desenvolvimento do mercado secundário, propiciando liquidez aos papéis negociados.