BNDES apóia com R$ 591,5 mil projeto de restauração cultural em Ouro Preto
· Recursos se destinam a reformas na Igreja da Ordem Terceira do Carmo
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, no âmbito da Lei Rouanet, colaboração financeira não-reembolsável no valor de R$ 591,5 mil ao Instituto Cultural Flavio Gutierrez (ICFG), destinada à implantação do projeto cultural Museu do Oratório - Manutenção e Extensão Cultural 2006 - Igreja do Carmo. Os recursos correspondem a 44% do investimento total.
Voltado diretamente para a preservação do patrimônio cultural da cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, o projeto tem como principal objetivo divulgar e dinamizar a antiga casa do Noviciado do Carmo, onde se encontra instalado o Museu do Oratório, e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. Para isso, serão realizadas obras de restauração na igreja, incluindo pintura interna e externa; restauração do telhado, da cantaria e dos sinos Jerônimo, Bárbara e Raquel; higienização de elementos artísticos; e revisão elétrica e luminoteca. Os recursos se destinam ainda à construção do Jardim dos Aromas, à restauração da fachada do museu e à capacitação profissional de jovens, através da contratação de uma coordenação pedagógica para o desenvolvimento de temas ligados ao Museu do Oratório, seu acervo, entorno e ligação com a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo e contextualização com a cidade de Ouro Preto.
Ouro Preto - Criada após a descoberta de ouro em Minas Gerais, a cidade de Ouro Preto foi escolhida pelo BNDES como cidade-pólo 2005-2006. O novo programa de patrocínio ao patrimônio histórico, lançado pelo Banco em dezembro último, teve como uma das novidades a seleção de três cidades-pólo a cada biênio, que concentrarão a maior parte dos projetos a serem apoiados.
Ouro Preto inaugurou a nova política do BNDES devido à sua importância dentro do conjunto do patrimônio nacional. A cidade preserva um conjunto urbano e arquitetônico amplo e mantém características seculares, um conjunto de igrejas do período Barroco e Rococó, calendário de eventos e atividades culturais, sendo uma importante referência para o turismo cultural e histórico de Minas Gerais e do Brasil. Foi uma das poucas cidades setecentistas brasileiras a preservar, não apenas um conjunto arquitetônico expressivo, como também as características originais da sua urbanização. Em 1938 foi reconhecida pelo Iphan como patrimônio nacional e, em 1980, tornou-se cidade patrimônio cultural da humanidade.
Monumentos - A Igreja da Ordem Terceira do Carmo é um dos monumentos mais importantes da cidade de Ouro Preto, edificada pelos irmãos leigos na segunda metade do século XVIII. Encontra-se nela obras de arte de mestres renomados, como Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Francisco Vieira Servas, entre outros. Mantém suas características arquitetônicas e apresenta acervos importantes de imaginárias, bens culturais artísticos aplicados como retábulos e pinturas e painéis de azulejos.
Já o Museu do Oratório, criado pelo ICFG, abriga exposições de sua coleção de oratórios, integralmente doados pelo Governo Federal, e de objetos de fé criados por artistas e artesãos entre os séculos XVIII e XX. É a unidade mais antiga do instituto e se encontra há sete anos em funcionamento, recebendo cerca de 33 mil visitantes por ano.
Apoio - O BNDES já apoiou doze projetos culturais no Estado de Minas Gerais, sendo três na cidade de Ouro Preto: Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em 1997; Escola de Minas Ouro Preto, em 2003; e Paço da Misericórdia-Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto, em 2005.
Desde 1997, o BNDES vem patrocinando projetos de restauração do patrimônio histórico e arquitetônico do país, no âmbito da Lei Rouanet, com apoio técnico do Ministério da Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).