BNDES financia com R$ 311 milhões fortalecimento do laboratório Aché
A diretoria do BNDES aprovou duas operações de financiamento, no valor total de R$ 311 milhões, para projetos de investimento do Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A, maior fabricante nacional do setor farmacêutico. As operações foram aprovadas no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Farmacêutica - Profarma, nas modalidades Profarma-Fortalecimento de Empresas Nacionais e Profarma-Produção.
Os financiamentos destinam-se ao fortalecimento do Aché, mediante a aquisição de um outro laboratório nacional, a Biosintética Farmacêutica Ltda, e à modernização do seu parque fabril em Guarulhos (SP), com a implantação de uma nova unidade industrial. O crédito para a aquisição da Biosintética é de R$ 295 milhões. Já o financiamento para a modernização atinge R$ 16 milhões.
Com esse apoio, o BNDES contribui para a criação de um grupo nacional de peso, com capacidade para competir e de buscar liderança na acirrada indústria farmacêutica brasileira. A expectativa é de que outros movimentos de consolidação ocorram no setor farmacêutico nacional, a exemplo do que se observa, há anos, no cenário internacional.
As sinergias entre o Aché e a Biosintética possibilitarão à empresa maior engajamento nas atividades de pesquisa e desenvolviento de novas drogas, com benefícios para a sociedade.
O Aché tem importante presença no mercado e é atuante em P&D, principalmente no segmento de fitoterapia. Com matriz em Guarulhos, o laboratório possui duas plantas industriais localizadas em Guarulhos e Sousas, no município de Campinas (SP).
Os produtos fabricados pelo laboratório estão em segundo lugar em receituário no mercado nacional. Em 2004, produziu cerca de cem mil unidades embaladas de líquidos (xarope, solução nasal, gotas, suspensão oral, nebulizador nasal, spray, aerosol e colutório), semi-sólidos (creme, pomadas e gel) e sólidos (cápsulas, comprimido, drágea e pastilhas).
Com portfólio diversificado e amplo, o Aché possui mais de cem marcas em 203 apresentações, distribuídas nas principais classes terapêuticas: anoréxicos, antianêmicos, antiartrósicos, antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, cardiologia, corticóides, dermatológicos, digestivo, imunoestimulantes, polivitamínicos, respiratórios, saúde feminina, sistema nervoso central e tireóide.
Com a Lei de Patentes e dos Genéricos, o laboratório desenvolveu amplo programa de adaptação à Lei de Patentes e dos Genéricos, com a diversificação de produtos; investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento em fitomedicamentos, como alternativa para o lançamento de novos medicamentos de maior valor agregado; e parcerias com laboratórios internacionais sem atuação no país, para a venda de medicamentos protegidos por patentes.
É um laboratório considerado como referência no setor farmacêutico, sendo um dos primeiros no Brasil a recrutar portadores de deficiência para compor seu quadro funcional.
Biosintética Farmacêutica - A Biosintética Farmacêutica, sediada no município de São Paulo, atua na produção de medicamentos genéricos desde o ano 2000, desde então, lançou produtos desenvolvidos com patente local e inovação tecnológica próprias. A Biosintética depositou ou é cessionária de 15 patentes no Brasil, o que gerou o depósito de 30 patentes em nível internacional de novos produtos.
Profarma - O apoio ao setor fármaco é uma das prioridades da política industrial do governo, que tem no BNDES um de seus principais agentes de financiamento. O Profarma, com três modalidades de financiamento - à Produção, ao Fortalecimento de Empresas Nacionais e à P.D&I - conta hoje com uma carteira com 40 operações, com financiamentos de R$ 812 milhões, que alavancam investimentos de R$ 1,6 bilhão. Desse total, R$ 555 milhões são operações de financiamento já aprovadas e contratadas pelo BNDES, reunidas em 23 operações, que somam investimentos de cerca de R$ 1 bilhão.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a concorrência entre os grandes laboratórios multinacionais se intensificou a partir da década de 90. O incremento se deu em razão dos custos crescentes de P& D de novos medicamentos e pelo avanço dos medicamentos genéricos nos principais mercados mundiais.
Para aumentar a rentabilidade e o poder de investimento em P&D as grandes empresas farmacêuticas passaram por sucessivas fusões e aquisições de empresas menores. Esse processo tem representado um desafio às empresas farmacêuticas nacionais, obrigando-as a competir em um mercado dominado por poucas empresas globais.