Iniciativa BNDES Mata Atlântica - Projeto Mico-Leão-Dourado
Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD)
Projeto
Restauração de 62 hectares de Mata Atlântica na Reserva Biológica Poço das Antas, no Município de Silva Jardim, Rio de Janeiro.
Apoio
R$ 1.024 mil
Detalhes
Este é um projeto importante dentro do esforço para salvar da extinção o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), primata da Mata Atlântica cuja população necessita de território florestal para se expandir.
O mico-leão-dourado é uma espécie endêmica, encontrada livremente em apenas oito municípios do Estado do Rio de Janeiro e em mais nenhum lugar do mundo.
Reconhecendo a crítica situação do habitat natural dessa espécie, o governo brasileiro criou em 1974, em Silva Jardim, Estado do Rio de Janeiro, a Reserva Biológica de Poço das Antas, primeira unidade de conservação dessa categoria no Brasil.
Para considerar a espécie salva da ameaça de extinção, é necessária uma população de aproximadamente dois mil indivíduos livres na natureza. Para tanto, precisam ser protegidos 25 mil hectares de florestas de baixada costeira, fato que explica o envolvimento da AMLD com o tema da Restauração Florestal. O presente projeto é parte do esforço da AMLD no sentido de atingir esta meta até o ano de 2025.
Todos os sítios de restauração no âmbito deste projeto localizam-se dentro da Reserva Biológica Poço das Antas, que é uma área de grande relevância para a preservação da Mata Atlântica, pois abriga em seus limites o maior remanescente fluminense de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas. Além do mico-leão-dourado, estão também ameaçados de extinção a borboleta da praia (Paridis ascanius) e o palmito juçara (Euterpe edulis).
Localizada na bacia hidrográfica do rio São João, a Reserva tem, além disso, papel importante para o abastecimento de água da população de sete municípios da região. Isto porque a Bacia do Rio São João, que integra os municípios Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Rio das Ostras e Silva Jardim, também abriga a represa Juturnaíba, popularmente conhecida como Lagoa de Juturnaíba, que fornece água à população residente e a veranistas da Região dos Lagos. A demanda atual das águas do reservatório é de cerca de 1.600 litros por segundo, destinada a aproximadamente 300 mil residentes de sete municípios. A população atendida na Região dos Lagos pode chegar a mais de um milhão no verão e em feriados.
Iniciado formalmente com a assinatura do contrato entre a Associação Mico-Leão-Dourado e o BNDES, a restauração se dá em seis sítios:
Sitio | Tamanho | imagem | Ocorrência |
---|---|---|---|
01 | 2,3 ha | Regeneração natural intercalado com capim-gordura | |
02 | 5,6 ha | Predomínio de capim-gordura e não há evidências de regeneração natural. A área apresenta-se circundada por florestas tanto na parte superior quanto na inferior. | |
03 | 16,0 ha | Apresenta-se dominado por capim-gordura, com alguns poucos arbustos dispersos e sem regeneração natural significativa. | |
04 | 10,0 ha | Apresenta regeneração natural e capim-gordura | |
05 | 19,1 ha | Apresenta maior declividade. No topo deste morro encontra-se uma das duas torres de monitoramento de incêndios na Reserva e entorno. A área encontra-se dominada por capim sapê sem regeneração natural significativa | |
06 | 9,0 ha | É o mais degradado. Nele ocorrem manchas de capim sapê, não se observando o predomínio de gramíneas invasoras na sua área total. |
O monitoramento da floresta plantada será iniciado juntamente com a primeira manutenção, estendendo-se até o final do projeto. Serão estabelecidas 12 parcelas permanentes de 500m² cada para avaliação de três variáveis: taxa de sobrevivência e mortalidade, área média e densidade de indivíduos regenerantes. A coleta de dados será feita uma vez por semestre e, para cada coleta, será elaborado um relatório de monitoramento e avaliação. Junto com a coleta de dados será feito o monitoramento fotográfico em pontos fixos e pré-determinados para acompanhar o desenvolvimento do plantio.
O reflorestamento efetuará a conexão de fragmentos onde sobrevive o mico-leão-dourado. Mais do que um projeto de reflorestamento, este é um projeto de restauração ecossistêmica.
Além do ambiental, o projeto proporcionará um benefício social ao contribuir para a capacitação de 30 pessoas de baixa renda, residentes no entorno, em técnicas de restauração florestal.
Site do beneficiário: www.micoleao.org.br