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Novas linhas de transmissão levam energia e empregos ao Acre e a Rondônia

Publicado em 27.08.2016

Até 2009, os estados do Acre e de Rondônia eram abastecidos principalmente por usinas termelétricas. Foi quando a Jauru Transmissora de Energia S.A., concessionária formada por consórcio de empresas, concluiu a construção dos 949 km da linha de transmissão interligando os dois estados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com isso, ampliou o acesso à energia hidrelétrica na região e reduziu custos econômicos e ambientais para o país.

A concessionária obteve financiamento,do BNDES para construção da infraestrutura elétrica, na modalidade de project finance, em que o financiamento é pago com o fluxo de caixa esperado do projeto. Ampliou, com isso, a capacidade de transmissão de energia para os dois estados da região norte, ao mesmo tempo em que possibilitou o desligamento de diversas usinas termelétricas. Como resultado, houve uma redução significativa nas emissões de CO₂ na atmosfera e os usuários pagam, hoje, tarifas de energia mais em conta.

Mas os benefícios do projeto não se limitaram aos ganhos ambientais e energéticos. A equipe técnica do BNDES apresentou à concessionária, paralelamente ao projeto de infraestrutura, a linha Investimentos Sociais de Empresas (ISE), que tem por objetivo a geração de emprego e renda para as comunidades situadas nas proximidades. Assim, a concessionária contratou um subcrédito social visando financiar investimentos de R$ 1,3 milhão na Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Ji-Paraná (Coocamarji), estando atentos tanto aos aspectos de geração de renda quanto de sustentabilidade ambiental. 

“Apresentamos às empresas a linha ISE para investimentos socioambientais no entorno do projeto. As empresas do consórcio se interessaram pela linha e apresentaram a proposta de investir na Coocamarji”, revelou Fábio Scherma, gerente do BNDES.

Construiu-se, com o aporte, um Centro de Reciclagem para os cooperados e foram adquiridos caminhões para transporte do material. Adicionalmente, realizou-se uma importante ação de divulgação e valorização do trabalho dos catadores.

“[Para envolver a sociedade,] foi planejado um grande programa de sensibilização e participação, que incluiu palestras em escolas, visitas a empresas, programas de coleta seletiva nos bairros da cidade e instalação de ecopontos”, disse Jesús Sáenz, diretor da Socialzink, consultoria em desenvolvimento social que participou do projeto.

Os resultados foram surpreendentes: em pouco tempo, a renda familiar dos 32 cooperados passou de R$ 750 para R$ 2,2 mil por mês, e o volume do lixo reciclado aumentou de 52 para 110 toneladas mensais. Sáenz conta que “se antes o catador era estigmatizado, agora há uma lista de espera para trabalhar na cooperativa”.

Vista da parte de saída de produtos do Centro de Reciclagem construído com recursos da Linha ISE

Para o BNDES, projetos relevantes são os que contribuem para o desenvolvimento da sociedade, em seus diversos aspectos. Nos financiamentos de grandes obras, o Banco tem por prática fomentar ações locais, por meio de subcréditos sociais. Com isso, além dos benefícios gerados diretamente pelo projeto, promove melhorias para as comunidades locais e contribui para a formação de um portfólio nacional de boas práticas a serem multiplicadas pelo Brasil afora.