Promover as exportações brasileiras é um objetivo permanente do BNDES, que desempenha a função da agência pública de crédito à exportação no Brasil, concedendo financiamento tanto à produção destinada à exportação, quanto à comercialização de bens no exterior. O mérito do apoio deve-se a alguns motivos: exportação gera emprego e permite que as empresas que acessam o mercado externo possam usufruir ganhos de escala, aumentando a competitividade de seus produtos; o incremento das exportações atenua eventuais restrições de balanço de pagamentos ao crescimento econômico. Ademais, empresas que participam de cadeias de fornecimento global costumam estar atualizadas tecnologicamente e costumam engajar-se em atividades inovadoras.
O BNDES atua no financiamento à exportação com atenção especial a alguns nichos, mais especificamente, bens de capital, de valor unitário e conteúdo tecnológico elevados, e serviços de engenharia e construção. As práticas comerciais na venda externa desses produtos impõem a concessão de prazo de pagamento ao importador. É aí que entra, de forma mais premente, a necessidade do apoio público às exportações. Os riscos envolvidos na atividade exportadora, que dizem respeito ao risco comercial e ao risco político de outra jurisdição, são de tal magnitude que o apoio público às exportações faz-se imprescindível.
As agências de crédito à exportação existem tanto em países em desenvolvimento, cujas falhas de mercado requerem apoio público de maneira mais extensiva, dada a insuficiência do mercado privado, mesmo para o suprimento de crédito em prazos não tão longos, como também nos países desenvolvidos. Em contextos de acirramento da concorrência internacional ou de escassez de liquidez, como o experimentado nos últimos anos, as condições do apoio prestado por essas agências configuram-se verdadeiros diferenciais de competitividade. De fato, o cenário de incertezas no panorama internacional repercutiu negativamente na oferta de crédito privado e houve um significativo aumento do apoio público às exportações, mesmo nos mercados desenvolvidos (EUA, Reino Unido, Alemanha, França etc.).
O BNDES também teve uma atuação de destaque no apoio às exportações nos últimos anos. Com vistas a fortalecer a competitividade das empresas brasileiras, o Banco teve uma atuação anticíclica, quando necessário, e complementar ao mercado, em situações de maior normalidade. Em 2012, os desembolsos para financiamentos à exportação totalizaram R$ 11 bilhões. Não obstante tenham representado uma leve redução em relação a 2011, parte do crédito foi direcionado para preencher lacunas de mercado e para reverter efeitos negativos da conjuntura econômica em segmentos sensíveis. Além disso, esforços significativos foram envidados para apoiar exportações de maior valor agregado, viabilizadas por uma estruturação de garantia mais complexa, buscando a integração de instrumentos para melhor servir o exportador brasileiro